Não creio que o dr. Roque Martins tenha a veleidade de pensar que foi preciso que tivesse vindo para a Madeira para que se passasse a dar atenção à pobreza, ou ouse sequer pensar que por causa de ter ido embora, a pobreza aumentou na Região. Há uma coisa que me intriga no meio de tudo isto, até porque não estava à espera, confesso: enquanto exerceu as suas funções na Segurança Social, Roque Martins manteve uma postura discreta. Quando soube que a sua comissão de serviço provavelmente não seria renovada, passou a ter uma atitude diferente. Hoje, reformado, até acho que bem que o dr. Roque Martins se associe à festa da eleição de Manuela Ferreira Leite depois das "directas" do PSD ou que venha ao Funchal participar numa iniciativa da CDU. Não me incomoda rigorosamente nada. Desde que tenha a preocupação, como certamente terá, de quando falar de pobreza, ou ouvir falar dela, não deixe que, para dramatizar a situação e empolar as estatísticas, permita que somem pobreza com extrema pobreza e situações de risco de pobreza, todos no mesmo saco. Obviamente que para mim são todos pobres ou carenciados, porque o salário mínimo nacional - embora acima do limiar da pobreza - é uma afronta. Mas tecnicamente, e Roque Martins sabe melhor disso que eu, pobreza extrema é uma coisa, pobreza é outra e em risco de pobreza outra ainda. O que eventualmente será necessário é discutir que medidas, no actual contexto podem ou devem ser tomadas para se combater essa realidade social, penosa e lamentável.
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