sábado, agosto 07, 2021

Nota: as autárquicas e os erros da desvalorização

É uma realidade comum a todos os actos eleitorais mas muilo mais perceptível  nas chamadas "eleições menores", concretamente as eleições autárquicas. O centralismo crónico e doentio reinante em Portugal, na política e da mentalidade social predominante, desvaloriza desde 1976 estas eleições. Ao ponto de permitirem que cidadãos apresentem candidaturas fora do controlo dos partidos o que não acontece nas eleições parlamentares nas quais os partidos querem ser donos e senhores de todo o processo e não abdicam da sua decisão predominante e exclusiva.

O que me irrita nestas autárquicas é a lógica idiota de que uma candidatura a qualquer órgão autárquico, freguesia ou concelho, se resume ao cabeça-de-lista e umas tantas (poucas) vedetas, muitas delas nem um voto garantem. Pelo contrário. Por acaso acham que o povo come salsicha a pensar que está a comer um bife de picanha? Cuidado porque a desilusão pós-eleitoral costuma ser dramaticamente penosa. O aviso aqui fica para memória futura... Uma equipa é um todo, efectivos e suplentes, porque todos dão a cara por uma sigla e um projecto e programa. Em política acabou-se o tempo das vedetas e das grandes lideranças carismáticas. Nos últimos anos isso foi evidente e o perigoso aumento da abstenção comprova isso mesmo, que é preciso encontrar novos caminhos e novas posturas em tempos eleitorais. Respeitem essas regras essenciais num processo de candidaturas eleitorais. Ou então os que “não contam” e se sentem desvalorizados que desistam. Porque não são nem "vedetas" e não deixam de ser dispensáveis...

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