quarta-feira, julho 17, 2019

Paulo Cafôfo é de novo arguido no caso da queda da árvore no arraial do Monte

O antigo presidente da Câmara do Funchal e candidato socialista às regionais de Setembro volta a ser arguido no processo da queda da árvore que matou 13 pessoas na festa do Monte, a 15 de Agosto de 2017 O ex-presidente da Câmara do Funchal foi constituído arguido durante o inquérito às causas do acidente, mas o Ministério Público deixou de fora Paulo Cafôfo no despacho de acusação feito em Setembro de 2018. Por falta de indícios sobre a responsabilidade no caso, a opção foi a de mandar para julgamento a vereadora do Ambiente e o diretor dos parques e jardins municipais, Francisco Andrade, por homícidio negligente. O caso, no entanto, não estava encerrado para o agora candidato a presidente do Governo pelos socialistas. Alguns familiares das vítimas decidiram requerer a abertura de instrução e é neste âmbito que Paulo Cafôfo volta a ser notificado como arguido no processo. A juiza Susana Mão de Ferro, que tem o caso em mãos, vai voltar a ouvir a vereadora Idalina Perestrelo, o que está marcado para 4 de Outubro. A audiência ao responsável pelos jardins muncipais está marcada 11 de Outubro.

O acidente, no qual morreram 13 pessoas que esperavam pela procissão de Nossa Senhora do Monte, nunca foi pacífico para a Câmara Municipal do Funchal. No dia do acidente, a 15 de Agosto de 2017, a autarquia fez saber que os terrenos onde estava o carvalho que tombou sobre a multidão eram propriedade da igreja e garantiu que a árvore estava saudável. O que acabou por se demonstrar não ser exactamente assim. A árvore estava podre e o parque figurava como na lista dos parques municipais no site da própria autarquia.
No dia seguinte ao da queda, quando o assunto estava já na tutela do Ministério Público, vários funcionários municipais e peritos contratados pela autarquia entraram no local do acidente e mexeram nos restos da árvore, alegamente para apurar as causas da queda. Os peritos e funcionários foram afastados do local, o largo da Fonte, três dias depois e a investigação foi entregue à Polícia Judiciária.
Ainda assim, a Câmara não desistiu e, mais tarde, tornou público o estudo elaborado pelo perito contratado, onde se insistia que a árvore estava sã e que a queda se deveria à trepidação dos foguetes e da música do arraial, bem como às obras feitas na zona. Conclusões que acabariam por ser contrariadas pelo perito designado pelo Ministério Público.
Não só a árvore estava doente como era possível saber isso através de uma simples vistoria ao parque e ao largo da Fonte. Havia cogumelos no tronco, o que era um sinal de que a árvore estava podre e em risco de colapsar. A verdade é que a queda de ramos de árvores, sobretudo dos plátanos, era motivo de preocupação para as pessoas da freguesia do Monte. Um mês antes do início das festas e do acidente, a presidente da junta de freguesia local enviou um oficio à Câmara do Funchal a pedir uma vistoria exactamente por causa da segurança do arraial.
A resposta da Câmara do Funchal foi a de que a vistoria seria feita quando se entendesse ser oportuno. A 15 de Agosto, a árvore que estava podre, de acordo com as conclusões do inquérito do Ministério Público, caiu sobre a multidão e matou 13 pessoas (Expresso)

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