a) Já alguém se debruçou, muito a sério, sobre os resultados eleitorais -
nas regionais de 2015 e nas autárquicas de 2017 - se possível mesa a mesa, ou
pelo menos freguesia a freguesia, e fazê-lo de forma pragmática, para perceber
onde é que o PSD-Madeira está a perder eleitores e tentar desvendar as causas
dessas perdas de terreno?
b) Já alguém tentou perceber se existe algum retorno, político e
eleitoral, decorrente de uma doentia e despropositada - pela dimensão que lhe é
dada - aposta nas redes sociais, sobretudo da parte de estratos sociais (e
escalões etários) que sempre foram ao longo dos anos a base real do
PSD-Madeira, em termos eleitorais e que dificilmente estarão vocacionados a seguirem esse tipo de recursos? Acham mesmo que as pessoas, particularmente os mais idosos e os jovens,
sobretudo eles, perdem tempo nas redes sociais com as peripécias da política e com os arrufos dos seus protagonistas?
c) Já alguém tentou perceber se a comunicação social,
sobretudo a escrita, tem afinal essa alegada tão grande influência na decisão do voto
dos eleitores madeirenses, como muitos insinuam e sustentam, quando paradoxal e repetidamente
ouvimos serem pisados e repisados os argumentos desvalorativos e contrários a esta teoria que evidenciam o
contraste, nomeadamente entre a real dimensão dos jornais e demais média junto
da sociedade e a amplitude da influência pretensamente manipuladora que lhes atribuem
para justificar desaires e ao mesmo tempo esconder amadorismos, arrogâncias, incompetências ou
impreparações? Não, nem a política, nem o PSD-Madeira nasceram em finais de
2014, início de 2015. Esqueçam! Aliás, um bom ponto de partida para uma
qualquer dissertação em ciência politica - porventura intrigante e passível de
muitas análises e interpretações - seria a abordagem analítica à realidade
militante do PSD-Madeira em finais de 2014 e aquela que entretanto, dois anos
depois, realmente existe. O que se passou em apenas dois anos?
d) Já alguém percebeu que os problemas dos partidos - mal seria se
assim não fosse - não residem nos seus militantes, nos que pagam as suas
quotas, nos que participam nas reuniões, nos poucos que se envolvem na
actividade partidária ao nível das bases, ocupando funções nos órgãos
dirigentes das freguesias e concelhos, mas sim na capacidade, melhor ou pior,
de captar essa imensa mancha de eleitores flutuantes que eu sempre disse que
corresponderia a mais de 50% dos eleitores votantes, que votam sem compromissos
permanentes com o partido A ou B e que são influenciáveis nas suas opções por
factores exógenos aos próprios partidos e muitas vezes que nem estes sequer
conseguem controlá-los?
e)
Já alguém tentou
perceber se a política hoje se resume, pateticamente, a uma espécie de
confronto comunicacional entre estruturas de assessoria de comunicação, imagem
ou marketing - bem pagas, e reconhecidamente cada vez mais necessárias aos
partidos e a alguns políticos com dificuldades de comunicar porque privados de um
discurso político cativante, estruturado e acessível - em vez de assentar no mérito das propostas, na seriedade do partidos e
na credibilidade e confiança gerada pelos políticos junto das pessoas? (LFM)
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