sexta-feira, julho 27, 2018

PSD-Madeira, sondagens e algumas dúvidas...internas


a)      Já alguém se debruçou, muito a sério, sobre os resultados eleitorais - nas regionais de 2015 e nas autárquicas de 2017 - se possível mesa a mesa, ou pelo menos freguesia a freguesia, e fazê-lo de forma pragmática, para perceber onde é que o PSD-Madeira está a perder eleitores e tentar desvendar as causas dessas perdas de terreno?
b)      Já alguém tentou perceber se existe algum retorno, político e eleitoral, decorrente de uma doentia e despropositada - pela dimensão que lhe é dada - aposta nas redes sociais, sobretudo da parte de estratos sociais (e escalões etários) que sempre foram ao longo dos anos a base real do PSD-Madeira, em termos eleitorais e que dificilmente estarão vocacionados a seguirem esse tipo de recursos? Acham mesmo que as pessoas, particularmente os mais idosos e os jovens, sobretudo eles, perdem tempo nas redes sociais com as peripécias da política e com os arrufos dos seus protagonistas?
c)      Já alguém tentou perceber se a comunicação social, sobretudo a escrita, tem afinal essa alegada tão grande influência na decisão do voto dos eleitores madeirenses, como muitos insinuam e sustentam, quando paradoxal e repetidamente ouvimos serem pisados e repisados os argumentos desvalorativos e contrários a esta teoria que evidenciam o contraste, nomeadamente entre a real dimensão dos jornais e demais média junto da sociedade e a amplitude da influência pretensamente manipuladora que lhes atribuem para justificar desaires e ao mesmo tempo esconder amadorismos, arrogâncias, incompetências ou impreparações? Não, nem a política, nem o PSD-Madeira nasceram em finais de 2014, início de 2015. Esqueçam! Aliás, um bom ponto de partida para uma qualquer dissertação em ciência politica - porventura intrigante e passível de muitas análises e interpretações - seria a abordagem analítica à realidade militante do PSD-Madeira em finais de 2014 e aquela que entretanto, dois anos depois, realmente existe. O que se passou em apenas dois anos?
d)      Já alguém percebeu que os problemas dos partidos - mal seria se assim não fosse - não residem nos seus militantes, nos que pagam as suas quotas, nos que participam nas reuniões, nos poucos que se envolvem na actividade partidária ao nível das bases, ocupando funções nos órgãos dirigentes das freguesias e concelhos, mas sim na capacidade, melhor ou pior, de captar essa imensa mancha de eleitores flutuantes que eu sempre disse que corresponderia a mais de 50% dos eleitores votantes, que votam sem compromissos permanentes com o partido A ou B e que são influenciáveis nas suas opções por factores exógenos aos próprios partidos e muitas vezes que nem estes sequer conseguem controlá-los?
e)      Já alguém tentou perceber se a política hoje se resume, pateticamente, a uma espécie de confronto comunicacional entre estruturas de assessoria de comunicação, imagem ou marketing - bem pagas, e reconhecidamente cada vez mais necessárias aos partidos e a alguns políticos com dificuldades de comunicar porque privados de um discurso político cativante, estruturado e acessível - em vez de assentar no mérito das propostas, na seriedade do partidos e na credibilidade e confiança gerada pelos políticos junto das pessoas? (LFM)

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