segunda-feira, julho 23, 2018

Futebol: as razões e as ameaças do meu União


O União tem razão nos seus protestos. Já todos perceberam isso. E portanto, se tem razão, tem que ir até ao fim do mundo defender os seus direitos e a sua razão, doa a quem doer. O problema é que o futebol e a política nos passam rasteiras. Neste caso é sabido que nem o facto de este processo envolver Académico de Viseu e Sporting B (que entretanto decidiu acabar com a sua equipa B pelo que ficou de fora de tudo) poderá ajudar essa treta da chamada verdade desportiva quando valores mais altos e mais estranhos se levantam.
Dizia-me ontem pessoa amiga - clubisticamente nada neutral mas séria e amiga - que o União tinha dois problemas contra si, suficientemente fortes para condicionarem ou manipularem qualquer decisão final sobre este processo apesar das decisões contraditórias já conhecidas.
Segundo ele o primeiro grande obstáculo teve a ver com a subida do Nacional - e ainda bem - à I Liga que deu à Madeira uma representação reforçada, já que antes tinha apenas o Marítimo, mas que poderá ter enterrado o União.
Isso, segundo esse meu amigo e conhecedor destes meandros, poderia retirar espaço de manobra ao União na sua "guerra" pela verdade desportiva a partir do momento em que o Santa Clara dos Açores cometeu diversas ilegalidades, já comprovadas, mas que estão a ser rapidamente raladas na Liga e noutros organismos, segundo parece.
O segundo aspecto, de acordo com esse meu amigo, não menos importante tem a ver com a política versus futebol. Diz ele que depois da Madeira ter duas equipas na I Liga dificilmente haverá quem - com o PS no poder em Lisboa e Carlos César a “mandar” em São Bento - se meta com os Açores. Lembram-se daquela célebre frase de Sócrates proferida há uns anos - "quem se mete com o PS leva" – mas que parece ter todo o cabimento neste caso? Ou seja, o problema reside em saber se haverá, mesmo que a verdade desportiva saia manchada, a ousadia, diria antes a coragem e a dignidade, de beneficiarem a legalidade e a verdade desportiva em detrimento da ilegalidade, da falsidade e da manipulação e compadrio no futebol, o que não é de novidade, diga-se em abono da verdade. Privar os Açores de uma equipa na I Liga, depois de anos de ausência, será plausível?
De facto, reconheço que a conjugação destes dois factos atrás descritos, a que se junta outro não menos importante, o de sabermos se Viseu tem a força suficiente, desportiva e política, para lutar pelos seus direitos - já que seria o Académico a subir de divisão em detrimento dos açorianos - serão determinantes para o desfecho de um caso que poderá transformar-se num escândalo, mais um, de ilegalidades...legalizadas porque o lobbismo desportivo-político e outros interesses mais altos, entretanto falaram mais alto que a teimosia e a razão de uma equipa insular despromovida ao Campeonato de Portugal - antiga III Divisão - e uma cidade (Viseu) que é a capital de uma região do interior e que durante décadas foi chamada de "cavaquistão" por razões facilmente perceptíveis...
Sublinhe-se que em consequência deste processo o União já foi prejudicado pois perdeu o patrocínio do museu CR7 -nas suas camisolas com tudo o que isso implicava - algo que provavelmente o Nacional se prepara para tentar chamar a si, e bem (LFM)

Sem comentários: