Barómetro da Eurosondagem indica que os
portugueses querem que os entendimentos entre PSD e PS vão além dos fundos
comunitários e da descentralização. Assunção Cristas é considerada “idêntica” a
Paulo Portas.Os portugueses querem que PSD e PS se entendam em várias áreas,
sendo a Saúde considerada a primeira prioridade. A conclusão é do barómetro de
março da Eurosondagem para o Expresso e a SIC, que indica que para a maioria
dos inquiridos (59,4%) os acordos de regime para a descentralização e os fundos
comunitários "não são suficientes".
Questionados sobre as áreas em que os partidos
se deveriam entender, indo além dos pré-anunciados entendimentos nestas duas
áreas estruturais, os inquiridos deram uma importância notória à Saúde: 41,3%
dos que consideraram que descentralização e fundos comunitários não chegam
indicaram que a Saúde deveria ser a área seguinte a merecer entendimentos do
bloco central. A seguir vem a Justiça (18%), numa altura em que Marcelo pede
consensos nesse sector e Rio diz querer uma reforma que inclua até uma revisão
constitucional; a Segurança Social (16,7%), uma das prioridades mencionadas
também pelo novo PSD no Parlamento; e a Educação (11,5%).
Como o Expresso noticiou, tanto António Costa
como Rui Rio querem chegar a acordos sobre as primeiras duas áreas até ao
verão, havendo já interlocutores nomeados pelos PSD a trabalhar conjuntamente
com o PS. Rio chegou a declarar, depois de se reunir com António Costa já
enquanto líder do PSD, que se "pode dizer que estamos numa nova fase da
relação entre os dois partidos".
CRISTAS É "IDÊNTICA" A PORTAS
O barómetro da Eurosondagem, cujas entrevistas
foram feitas entre 8 e 14 de março - ou seja, incluindo os dias (10 e 11) em
que decorreu o congresso do CDS em que Assunção Cristas se reconfirmou como
líder do partido e se apresentou como primeira escolha à direita - também
incluiu questões sobre os centristas. Quando foi pedido aos inquiridos que
comparassem Paulo Portas e Assunção Cristas, uma vez que este congresso
assinalou dois anos da ex-ministra da Agricultura na liderança do partido, a
maior parte (42,1%) disse achar que a sucessora é "idêntica" a
Portas, enquanto 26,6% a considerou "pior" e 20% "melhor".
Já quanto a uma das discussões que dominaram os dias de congresso, relativa ao
posicionamento do CDS de Cristas e do PSD na era Rui Rio no espectro político
português, os inquiridos (46,7%) consideraram que os dois partidos dispuram o
mesmo espaço eleitoral. 36,5% colocam o CDS à direita do PSD e apenas 6,8%
pensam que os centristas estão à esquerda dos sociais-democratas.
FICHA TÉCNICA
Estudo de opinião efetuado pela Eurosondagem
S.A. para o Expresso e SIC, de 8 a 14 de março de 2018. Entrevistas
telefónicas, realizadas por entrevistadores selecionados e supervisionados. O
universo é a população com 18 anos ou mais, residente em Portugal Continental e
habitando lares com telefone da rede fixa. A amostra foi estratificada por
região: Norte (20,8%) — A.M. do Porto (13,5%); Centro (29,2% — A.M. de Lisboa
(26,7%) e Sul (9,8%), num total de 1010 entrevistas validadas. Foram efetuadas
1170 tentativas de entrevistas e 160 (13,7%) não aceitaram colaborar neste
estudo. A escolha do lar foi aleatória nas listas telefónicas e o entrevistado,
em cada agregado familiar, o elemento que fez anos há menos tempo, e desta
forma resultou, em termos de sexo: feminino — 52%; masculino — 48% e, no que
concerne à faixa etária, dos 18 aos 30 anos — 18,2%; dos 31 aos 59 — 50%; com
60 anos ou mais — 31,8%. O erro máximo da amostra é de 3,08%, para um grau de
probabilidade de 95%. Um exemplar deste estudo de opinião está depositado na
Entidade Reguladora para a Comunicação Social (texto da jornalista Mariana Lima
Cunha do Expresso)
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