terça-feira, setembro 12, 2017

Maduro anuncia sistema de pagamentos alternativo ao dólar na Venezuela

O Presidente da Venezuela anunciou na quinta-feira que Caracas vai criar um novo sistema de pagamento internacional, com base em várias moedas, em alternativa ao dólar norte-americano.  “A Venezuela vai criar um novo sistema de pagamentos internacional e um cabaz com moedas de livre conversão como o yuan (da China), o euro e o iene (do Japão), a rupia (da Índia), para libertar-nos das amarras do dólar como moeda opressora do nosso país”, disse Nicolas Maduro. O anúncio teve lugar durante uma sessão especial da Assembleia Constituinte (AC), à qual Maduro apresentou oito leis em matéria económica como resposta a grave crise económica que atravessa o país. “Um novo sistema internacional de pagamentos. Isso é imediato, uma ordem, que já se comece a implementar a todo nível. Esta decisão vai abrir o caminho para um novo sistema monetário, financeiro, internacional, e libertar-nos da chantagem do dólar”, disse.

Por outro lado, Nicolas Maduro pediu à AC que autorize a criação de casas de câmbio no país e anunciou que o sistema de controlo cambial em vigor vai passar, a partir da próxima semana, a operar nessas moedas. “Peço a maior celeridade à AC, para que rapidamente tenhamos casas de câmbio abertas e alcancemos a estabilidade cambial, neutralizemos o dólar criminoso que todos os dias causa feridas na economia nacional”, frisou.
O sistema de controlo cambial, em vigor desde 2003 na Venezuela, impede a livre obtenção local de moeda estrangeira e obriga os empresários a pedirem autorizações oficiais para aceder aos dólares necessários para as importações.
Atualmente, existem três taxas de câmbio oficiais, que dependem do tipo de produto a importar, e um mercado negro onde o dólar tem uma cotação 80% superior à taxa oficial mais alta.
“Bloqueio” dos EUA impede compra de insulina e alimentos
O Presidente da Venezuela acusou hoje o “bloqueio económico” imposto pelos Estados Unidos de impedir o país de comprar insulina e alimentos para distribuir às camadas mais pobres da população, a preços bonificados. Nicolás Maduro acusou o homólogo norte-americano, Donald Trump, e também o presidente do parlamento venezuelano, Júlio Borges, de serem responsáveis pelo bloqueio financeiro contra a Venezuela, tendo por isso pedido às autoridades judiciais que acusem e julguem o parlamentar da oposição por “traição à pátria”. “O banco recetor dos recursos, o Citibank, nega-se a receber os fundos que a Venezuela tem, para a importação de 300 mil doses de insulina. A insulina não pode vir porque estão a congelar os recursos”, declarou (Lusa)

Sem comentários: