O Presidente da Venezuela anunciou na quinta-feira que Caracas vai criar
um novo sistema de pagamento internacional, com base em várias moedas, em
alternativa ao dólar norte-americano. “A
Venezuela vai criar um novo sistema de pagamentos internacional e um cabaz com
moedas de livre conversão como o yuan (da China), o euro e o iene (do Japão), a
rupia (da Índia), para libertar-nos das amarras do dólar como moeda opressora
do nosso país”, disse Nicolas Maduro. O anúncio teve lugar durante uma sessão
especial da Assembleia Constituinte (AC), à qual Maduro apresentou oito leis em
matéria económica como resposta a grave crise económica que atravessa o país. “Um novo sistema internacional de
pagamentos. Isso é imediato, uma ordem, que já se comece a implementar a todo
nível. Esta decisão vai abrir o caminho para um novo sistema monetário,
financeiro, internacional, e libertar-nos da chantagem do dólar”, disse.
Por outro lado, Nicolas Maduro pediu à AC que autorize a criação de
casas de câmbio no país e anunciou que o sistema de controlo cambial em vigor
vai passar, a partir da próxima semana, a operar nessas moedas. “Peço a maior celeridade à AC,
para que rapidamente tenhamos casas de câmbio abertas e alcancemos a
estabilidade cambial, neutralizemos o dólar criminoso que todos os dias causa
feridas na economia nacional”, frisou.
O sistema de controlo cambial, em vigor desde 2003 na Venezuela, impede
a livre obtenção local de moeda estrangeira e obriga os empresários a pedirem
autorizações oficiais para aceder aos dólares necessários para as importações.
Atualmente, existem três taxas de câmbio oficiais, que dependem do tipo
de produto a importar, e um mercado negro onde o dólar tem uma cotação 80% superior
à taxa oficial mais alta.
“Bloqueio” dos
EUA impede compra de insulina e alimentos
O Presidente da Venezuela acusou hoje o “bloqueio económico” imposto
pelos Estados Unidos de impedir o país de comprar insulina e alimentos para
distribuir às camadas mais pobres da população, a preços bonificados. Nicolás Maduro acusou o homólogo norte-americano, Donald Trump, e também
o presidente do parlamento venezuelano, Júlio Borges, de serem responsáveis
pelo bloqueio financeiro contra a Venezuela, tendo por isso pedido às
autoridades judiciais que acusem e julguem o parlamentar da oposição por
“traição à pátria”. “O banco recetor dos recursos, o Citibank, nega-se a receber os fundos
que a Venezuela tem, para a importação de 300 mil doses de insulina. A insulina
não pode vir porque estão a congelar os recursos”, declarou (Lusa)
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