segunda-feira, julho 11, 2016

Porto Santo: O navio que vai explodir para atrair turistas

Na próxima quarta-feira, uma explosão vai afundar uma Corveta da Marinha Portuguesa e marcar o início de um novo polo de atração de mergulho. É ao Largo de Porto Santo e deverá criar um recife artificial. Quarta-feira, dia 13 de julho, 12h. A esta hora da semana que vem, a Corveta General Pereira D’ Eça vai ser afundada ao largo da ilha de Porto Santo.
Será certamente um momento digno de registo: 1438 toneladas a ir ao fundo, 85 metros de embarcação a mergulhar nas águas e a dar lugar, com o tempo, a um recife artificial. Antiga pertença da marinha portuguesa, este navio de 1970 irá submergir no mar cálido da Madeira para tentar captar um novo nicho de turistas: o dos mergulhadores. O antigo navio de guerra, entretanto desativado, servirá para criar condições de perfeita segurança para os turistas que gostam da experiência deste tipo de mergulho específico. Uma das principais finalidades desta iniciativa é captar o público do turismo subaquático, um mercado crescente e que dá corpo a um volume de negócios significativo (em 2014, havia 3,2 milhões de mergulhadores que admitiam fazer pelo menos uma viagem de mergulho por ano). Na ilha de Porto Santo, onde há dois centros de mergulho, em 2014 registaram-se 1800 saídas - e o objetivo dos operadores é aumentar este número em 25%. Captar os públicos alemão, inglês, dinamarquês, italiano e português também são objetivos, assim como tentar esbater a sazonalidade do turismo na ilha, aliando a tradicional arte de receber dos madeirenses com mais uma valência com bastante retorno.
Quem mergulha, regista a paz e o silêncio submarinos. A beleza da fauna e da flora. Quem aprecia particularmente os barcos afundados gosta da componente de aventura, de sentir que está a entrar num local cheio de História e de histórias. Portugal tem investido, ao longo dos últimos anos, neste segmento de turismo. No Algarve, por exemplo, ao largo de Portimão, foi criada uma estrutura de recifes artificiais constituída por quatro navios da Armada Portuguesa, o "Ocean Revival" (texto de KATYA DELIMBEUF, no Expresso)

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