A Europa não tem condições para garantir a
segurança dos europeus. Ponto final. Eles não querem que se diga isso, mas a
verdade é esta.
O espaço Schengen é um bluff que Espanha e
Itália sempre olharam com desconfiança enquanto fortes fenómenos internos de
terrorismo. A Inglaterra recusou sempre aderir essencialmente porque não
abdicou do controlo das suas fronteiras mas sobretudo porque tinha problemas
concretos de terrorismo na Irlanda do Norte.
Tudo
começou na cidade luxemburguesa de Schengen, em Junho de 1985, quando foi
assinado o acordo de livre circulação envolvendo inicialmente apenas cinco países que aboliram dos controles de
fronteiras. Posteriormente, o Tratado de Lisboa, assinado em 13 de Dezembro de
2007, modificou as regras jurídicas do espaço Schengen. Embora teoricamente não
existam controles nas fronteiras internas do espaço Schengen, esses controles
podem ser reactivados temporariamente pelos estados aderentes caso sejam
considerados necessários para a manutenção da ordem pública ou da segurança
nacional.
A chamada livre circulação de pessoas pelo
espaço europeu tem sido também a causa da diversificação operacional do
terrorismo. Basta lembrar que alguns dos autores envolvidos nos atentados de
Paris, no dia seguinte eram perseguidos em Bruxelas! As pessoas deixaram de ser
controladas, as policias secretas são olhadas com desconfiança e viram muitos recursos
serem-lhes retirados, a eficácia dos serviços secretos e de informação
desvaneceu-se pelo que os atentados terroristas na Europa são, para os seus
mentores e executantes, apenas uma questão de tempo, de escolha do local, de
preparação e de execução.
Esta impotência europeia agravou-se com a vergonha
que se passou no Médio Oriente, graças à ganância der países ocidentais. Derrubaram
Saddam Hussein mas esqueceram-se de garantir a ascensão de um líder alternativo
forte capaz de manter o Iraque unido e as suas fronteiras seguras. Perseguiram
e mataram Kadafy na Líbia, país que é essencial na África do Norte, já que além
do caos interno em que está mergulhado, continua a ser uma ponte de emigração
para a Europa de refugiados e terroristas à mistura. Mas esqueceram-se de
garantir, a exemplo do Iraque, a promoção de um líder árabe forte, sem qualquer
vínculo submisso perante o ocidente, mas que fosse capaz de garantir a unidade do
país e a segurança das suas fronteiras.
Tanto no Iraque como na Líbia os países
ocidentais precipitaram-se e deram origem a fenómenos de radicalização nas sociedades
árabes, que acabaram por ser a fonte de radicalismos ideológicos e sociais que
explicam o crescimento terrorismo que hoje se está a disseminar e que não sei
se alguma vez será controlado. E como se tudo isto não chegasse eis a guerra na
Síria, com os países ocidentais a protagonizarem um vergonhoso papel de
hipócritas, por um lado reclamando a paz, mas por outro enchendo a pança de
duvidosos movimentos oposicionistas e , por outro, exigindo a demissão do líder
sírio.
Enquanto a situação na Síria se mantiver, enquanto
o chamado Daesh controlar parte dos território no Iraque, na Síria e nalguns
países da costa norte africana, com particular destaque para a Líbia, a Europa
estará sempre e cada vez mais ameaçada.
Depois acontecem os atentados. D todos
somos obrigados a aturar aquelas declarações dos políticos idiotas que estão a destruir
a Europa, mas que não passam de uma corja de bandalhos oportunistas a chorar perante
os média lágrimas de crocodilo para enganarem as pessoas.
A França é um triste exemplo disso.
Curiosamente sempre que se fala em défice das contas públicas ou na macabra história
dos 3% do défice alguma coisa acontece naqueles lados como que a desviar a
atenção e em certa medida justificarem gastos orçamentais. A segurança acaba
por ser pretexto para tudo. E agora também os refugiados que reconhecidamente
encontram em França as maiores dificuldades de integração social
Depois dos atentados o que acontece em
França, numa França mergulhada em estado de sítio e com milhares de agentes policiais
e militares mandados para as suas?
Chapa 4: Hollande choramingão vem para a
televisão numa montagem em que só falta um desmaiozito, carpir lágrimas de
crocodilo, anuncia o reforço da presença policial ou militar na rua, prolonga o
estado de estado de emergência - como se a sua existência travasse os actos
terroristas - os dirigentes políticos fazem uma “procissão” de choraminguice hipócrita
nas televisões e nos jornais, mas tudo se mantem rigorosamente na mesma. A
França não tem condições para garantir a segurança dos seus cidadãos, tal como
outros países. Por isso serão sempre alvos preferenciais. Os serviços secretos
e de informações são uma trampa, são alvo de ataques depois dos atentados, as suas
chefias são impostas e por isso manipuladas pelo poder político, há interesses
de empresas ligadas ao negócio do armamento que continuam a jogar nas duas
margens do rio, vendendo milhares de milhões em armas, somando lucros absolutamente
pornográficos, armando movimentos terroristas que depois actuam na Europa, etc.
E que dizer daquelas declarações tontas de membros
da Comissão Europeia e de outros alguns exemplares de uma brigada do reumático
instalada em tachos feitos à medida e de outros dirigentes europeus sem
legitimidade, uns e outros a dar corpo a uma corja de bandalhos e FDP que estão
a destruir a Europa e a alimentar, pela incompetência revelada, esta onda
terrorista que mostra capacidade de transformação e de adaptação.
Um terrorismo – resta saber afinal o que é que
Bruxelas quer e defende quanto a isso… - que gera insegurança, que multiplica o
medo entre os europeus e alimenta o crescimento paulatino de partidos e movimentos xenófobos e fascizantes, uma extrema-direita cada vez mais
atrevida, que já ganha eleições ou por lá anda e que ressuscita discursos de um
passado histórico europeu ainda recente que todos julgávamos enterrado e
fazendo parte apenas de museus ou de outros espaços de memória. Um medo e uma
incerteza que acabaram por ser uma das causas próximos dos resultados do referendo
na Inglaterra e que tem vindo a aumentar as pressões para a realização de
iniciativas semelhantes noutros países europeus.
Ninguém fala nos problemas sociais, na falta
de integração de jovens descendentes de emigrantes, árabes, africanos,
asiáticos ou outros, que não conseguem emprego e que são atirados para a periferia
das cidades e olhados com crescente desconfiança, e que não conseguem contornar
as dificuldades no acesso à saúde e à educação e que por causa de tudo isso, se
sentem estranhos e desintegrados nos países europeus onde nasceram. Temos por
isso fenómenos potencialmente perigosos - como dizia recentemente na televisão
um especialista na temática - de radicalização de jovens naturais de países
europeus que os rejeitam e com os quais, por isso, querem ajustar contas e vingar-se
das dificuldades., Estamos a falar de comunidades jovens que se distanciam da
democracia, do modelo de sociedade ocidental, deixando-se facilmente manipulados
por visões mais radicais que lhes prometem o paraíso a reboque de concepções
religiosas que facilmente os instrumentalizam para cruzadas de ajuste de contas
com as sociedades ocidentais que os rejeitam e os colocam à sua margem.
Não nos podemos esquecer também da situação
de guerra na Sírias e noutros países árabes, da destruição de vilas e cidades,
nos bombardeamentos que matam indiscriminadamente milhares de pessoas,
terroristas ou civis inocentes, etc.
Enquanto este ambiente se mantiver no Médio
Oriente, a Europa será sempre um alvo preferencial de actos terroristas. E ao
contrário do que muitos portugueses julgam - e entre nós há uns otários que acham
que ao terrorismo se responde com conversas mansas, manifestações de solidariedade
e não com acções preventivas concretas e com medidas que podendo ser impopulares
são seguramente necessárias - nem mesmo Portugal está a salvo disso, Aliás, tal
como aconteceu noutros países europeus, basta que uma qualquer acção mais violenta
possa ter lugar em Portugal e tudo mudará entre os portugueses.
Enquanto persistir esta hipocrisia europeia
nada de concreto se vai conseguir. Os europeus continuarão ameaçados pelo terrorismo,
os movimentos terroristas que actuam à margem do controlo policial mas no
coração das sociedades europeias, continuarão a planificar acções violentas e mortandades
para desmoralizar e destruir as sociedades europeias.
Julgo que a implementação do espaço
Schengen na Europa foi pensada sem pensar nestes nestas novas ameaças às
sociedades europeias e nestes fenómenos terroristas que não são compagináveis
com medidas políticas populistas, claramente responsabilizadas pelas
facilidades que aparentemente movimentos terroristas ou personagens apontadas
como perigosas para a Europa parecem contar na planificação e execução das suas
acções violentas. Admito que o espaço Schengen seja olhado como um facilitador do
terrorismo, e um obstáculo, mais um, para a eficácia dos serviços secretos e de
informação europeus cuja necessidade nos tempos que correm é cada vez maior.
Temo que à medida que estas ameaças de
concretizem e que os actos terroristas se intensifiquem - e veja-se a cadência
de atentados em França e noutros países europeus - que a extrema-direita,
apologista de medidas mais radicais de reforço do controlo das fronteiras
externas dos diferentes países e pelo reforço indiscriminado dos recursos
colocados ao dispor de estruturas policiais que se não forem devidamente
controladas podem elas próprias revelar-se uma potencial ameaça para a segurança
e a democracia europeia. Tal como o são o esvaziar de competência e de meios
colocados à disposição dos serviços de segurança e de informação dos quais
nenhum estado-membro, perante a incapacidade europeia neste domínio, deve
abdicar para garantir a segurança dos seus cidadãos e do seu espaço
territorial. (LFM)
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