Turquia: Erdogan o "amigalhaço" do peito dos jornalistas e das redes sociais...

- O representante da ONG Repórteres sem Fronteiras na
Turquia, considera que a política do presidente Recep Tayyip Erdogan é uma
ameaça a jornalistas e à liberdade de expressão. A declaração feita após a
libertação dos jornalistas Can Dündar e Erdem Gul, ambos do jornal
oposicionista Cumhuriyet, que estavam presos desde 26 de novembro de 2015. O
Ministério Público de Istambul acusou Dündar e Gul de espionagem e exigiu a
prisão perpétua de ambos. O Tribunal Constitucional da Turquia decidiu que a
detenção dos jornalistas se tratava de uma violação dos seus direitos e ordenou
a libertação até que fosse conhcida a sentença judicial. Erdogan manifestou-se
contra a decisão do Tribunal. A prisão dos jornalista aconteceu após o jornal
em que trabalham ter divulgado em Maio de 2015 imagens e um vídeo mostrando uma
suposta ajuda da agência de inteligência turca para enviar armas para a Síria.
De acordo com as autoridades, os caminhões transportavam ajuda humanitária aos
turcomanos sírios (Março de 2016)


- Recep Tayyip Erdogan, o Presidente da República da
Turquia, deixou alguns avisos ao Tribunal Constitucional do seu país,
descontente com a libertação de Can Dündar e Erdem Gül, dois jornalistas
acusados de espionagem contra o Estado turco. Erdogan disse estar dececionado
com a decisão, que considerou contrária aos interesses do país. “Espero que o
Tribunal Constitucional não volte a tomar esses caminhos, pois tal situação
daria origem a um debate sobre a legitimidade da existência deste órgão”, disse
o Presidente turco (Março de 2016)
- O jornalista turco Can Dündar, um crítico do governo
de Erdogan, escapou ileso a um ataque com arma de fogo à saída do tribunal onde
está a ser julgado por alegadamente ter revelado segredos de Estado. De acordo
com uma testemunha, o atacante visou Dündar à saída do tribunal, em Istambul,
disparando três tiros que falharam o jornalista, mas que terão atingido um
outro repórter que cobria o julgamento. O ataque ocorreu em frente do Palácio
da Justiça e foi registado pelas câmaras de televisão que cobriam o processo de
Can Dündar, editor-chefe do diário Cumhuriyet. Aos gritos de “traidor”, o
atacante fez uma série de disparos contra o jornalista, tendo de seguida
largado a arma, rendendo-se calmamente à polícia. Face a estas acusações,
os dois jornalistas arriscam uma pena de prisão perpétua num processo que está
a ser visto como emblemático das ameaças que enfrenta a liberdade de imprensa
na Turquia. O presidente turco acusou os dois jornalistas de procurarem
atingir a reputação da Turquia e ameaçou Dündar com um “preço alto” pelas suas
acções, o que levantou na oposição o receio de que o processo esteja a ser
politizado (Maio de 2016)
- Can Dundar e Erdem Gül, dois jornalistas da oposição
turcos, foram condenados por um tribunal de Istambul a, respectivamente, 5 anos
e dez meses e 5 anos de prisão em um julgamento emblemático para a liberdade de
imprensa na Turquia. Os dois homens foram absolvidos da acusação de
"espionagem", mas foram condenados por "divulgar segredos de Estado"
por revelarem que o governo islâmico-conservador do presidente Erdogan forneceu
armas a grupos jihadistas na Síria, segundo a imprensa turca. "Vamos
continuar a fazer o nosso trabalho de jornalista, apesar de todas essas
tentativas de calar-nos. Somos obrigados a preservar a coragem em nosso
país", declarou a jornalistas Dundar após o veredicto. Os dois jornalistas
publicaram em Maio de 2014 uma reportagem, com fotos e um vídeo, sobre a
entrega de armas aos rebeles islâmicos sírios em Janeiro de 2014. A reportagem
provocou a revolta de Erdogan, que desde o início do conflito sírio nega que a
Turquia apoie os movimentos radicais contrários ao governo de Bashar al-Assad
(Maio de 2016)
- Os seguranças de Erdogan expulsaram um jornalista
norte-americano da sala e agrediram outra jornalista no exterior, para além de
terem feito provocações a um grupo de manifestantes em frente ao edifício. Os
factos ocorreram durante visita de Erdogan aos EUA. Segundo os relatos de
testemunhas nas redes sociais, tanto os seguranças como os polícias no exterior
tentaram proteger os jornalistas e ativistas que empuhavam uma faixa com a
inscrição “Erdogan: criminoso de guerra à solta” (Março de 2016)
- Um grupo de jornalistas turcos de Istambul resolveu
enfrentar a propaganda do presidente da Turquia Erdogan indo até a capital dos
curdos turcos, província de Diarbaquir, para contar o que realmente acontece
nesta zona de batalha, escreve a publicação alemã Deutschlandfunk. Nos últimos
meses, o centro histórico desta região tem sido palco de intensos combates. Com
a repressão do governo, muitos dos jornalistas de mídias curdas foram presos ou
impossibilitados de dar uma devida cobertura a estes fatos. O jornalista turco
Tunka Ogreten, revelou ao Deutschlandfunk que ele e um grupo de seus colegas resolveram
mostrar à parte ocidental da Turquia e ao resto do mundo as reais condições
enfrentadas hoje pela população civil de Diarbaquir. "O governo de Erdogan
tenta criar a impressão de deter o controle total de Sur [bairro curdo], usando
para isso mídias controladas por ele. No entanto, representantes dessas mídias
circulam pelos bairros "seguros" da cidade somente em veículos
blindados. É exatamente por isso que nós tomamos esta iniciativa: nós sabemos
como funcionam as mídias e a televisão leais ao governo – elas não dirão a
verdade", disse o jornalista (Fevereiro de 2016)
- Uma jornalista holandesa foi detida na sua casa na
Turquia por ter escrito tweets críticos do presidente turco Erdogan, de acordo
com a sua conta na rede social Tweeter. “Polícia à porta. Não é
brincadeira", escreveu Ebru Umar, uma muito conhecida jornalista ateia e
feminista de origem turca. Umar, 45 anos, escreveu recentemente um artigo muito
crítico de Erdogan para o diário holandês Metro, do qual publicou depois vários
extratos no Twitter, o que levou à sua detenção. "Não sou livre",
disse num segundo tweet, antes de sair de sua casa em Kusadi, uma cidade
balnear na costa oeste da Turquia. Os administradores do blogue holandês
Geenstijl escreveram ter recebido uma mensagem sms de Umar a indicar que ela
seria presente a um juiz e que tinha sido detida depois de alguém ter
denunciado os seus tweets. O ministro holandês da Educação, Jet Bussemaker,
considerou em declarações ao canal de televisão WNL ser "absurdo que
alguém possa ser preso por causa de um tweet". Umar, que terá decidido
tornar-se jornalista sob a influência de Theo van Gogh -- um realizador
holandês assassinado na sequência da realização de Submission (2004), um filme
em que critica o tratamento das mulheres no Islão -- escreveu para o Metro
sobre um incidente diplomático entre a Turquia e a Holanda. Os julgamentos na Turquia por insultos a Erdogan
têm-se multiplicado desde a sua eleição para a presidência em Agosto de 2014, e
ascendem a quase 2 mil o número de processos abertos. Em setembro de 2015, a jornalista freelance holandesa
Frederike Geerdink foi deportada da Turquia depois de ter sido detida durante
confrontos entre apoiantes do Partido dos Trabalhadores do Kurdistão (PKK) e as
forças de segurança turcas. Essa foi a segunda vez que a jornalista foi detida:
em abril do mesmo ano, Geerdink foi julgada, e absolvida, de acusações de
divulgar "propaganda terrorista" do PKK (Abril de 2016)
- Um tribunal turco ordenou a detenção de um
trabalhador da construção civil de 17 anos acusando-o de "insultar" o
presidente da Turquia Erdogan, no Facebook. Este é o último de uma série de
casos em que os jovens são presentes a tribunal na Turquia por acusações
semelhantes, num contexto em que os ativistas políticos e sociais expressam a
sua preocupação pelos limites cada vez menores à liberdade de expressão. O
tribunal colocou-o em prisão preventiva até ao julgamento, acrescentam os meios
de comunicação social locais, não fornecendo mais detalhes (Dezembro de 2015)
- O Primeiro Ministro Turco defende que redes como o
Twitter são uma ameaça. A Turquia, nomeadamente Istambul, tem vivido momentos
de muita revolta e muitos protestos e manifestações. A motivação de tais
comportamentos é a atitude do PM turco Erdogan que anunciou que centenas de
árvores no parque Gezi seriam destruídas, para que lá fosse construído (mais)
um novo edifício, que se pensa ser uma instalação militar. Numa guerra que não
se vê ter um fim, o PM turco vem agora afirmar que as redes sociais são a
grande ameaça para a sociedade (Junho de 2013)
- Directores de um jornal e de uma televisão ligados a
Fethullah Gülen foram detidos, operação que representa nova escalada na luta
entre Presidente o líder do influente movimento religioso. Com as televisões a
transmitirem em directo, a polícia turca deteve o director de um dos principais
jornais do país, incluído numa lista de 32 pessoas acusadas de ligação a uma
“organização terrorista”. Entre os detidos estão também o director e vários
produtores de uma televisão igualmente próxima de Fethullah Gülen, o líder de
um influente movimento religioso que foi aliado e é agora inimigo jurado do
Presidente Erdogan. “O momento escolhido para estas detenções não é uma
coincidência”, escreveu o correspondente da BBC em Istambul, Mark Lowen,
lembrando as dezenas de pessoas do círculo próximo de Erdogan, incluindo
empresários e filhos de três ministros, que foram presas por envolvimento no
maior escândalo de corrupção de que há memória na Turquia moderna. O caso marcou a ruptura definitiva entre o então
primeiro-ministro – apanhado em escutas comprometedoras que viriam a ser
divulgadas nas redes sociais – e Güllen, defensor da modernização do islão, que
construiu a sua influência graças a uma rede de escolas e universidades que
formaram boa parte da moderna elite turca. Erdogan sobreviveu ao escândalo,
consolidou o poder ao ser eleito em Agosto para a presidência, e prometeu
erradicar o “Estado dentro do Estado” que diz ter sido criado pelo seu rival,
que tem milhões de seguidores na Turquia, muitos em postos de influência. Em
menos de um ano, centenas de polícias e magistrados foram afastados dos cargos,
o Governo aprovou leis que reforçaram o seu controlo sobre os tribunais e a
Internet. As investigações à rede de corrupção foram travadas. Depois de ter
assinado uma lei que autoriza detenções baseadas em “dúvidas razoáveis”,
Erdogan assegurou que iria “perseguir até aos seus esconderijos” os seguidores
do seu inimigo. “Não nos confrontamos apenas com uma simples rede, mas com
pessoas que são peões das forças do mal”, afirmou, numa referência a Güllen. No
Twitter, um misterioso informador anónimo cuja conta é seguida por milhares de
turcos, avisava que as autoridades se preparavam para deter 400 pessoas
associadas a Güllen, 150 das quais jornalistas. Fuat Avni, pseudónimo do
informador que diz pertencer ao círculo próximo do Presidente, afirmou no dia
seguinte que a operação tinha sido suspensa, devido à forte reacção gerada pela
fuga de informação. Antes revelara que a polícia se preparava para prender três
dezenas de pessoas, incluindo o director do Zaman, Ekrem Dumanli, o que levou
redactores e chefias do jornal, a passar a noite na redacção. No exterior do
jornal, crítico de Erdogan e um dos de maior tiragem da Turquia, foram-se
juntando leitores. Tantos que, quando os agentes da polícia chegaram ao local
se viram rapidamente rodeados de cartazes onde se lia, em inglês e em turco, “a
liberdade de imprensa não pode ser silenciada”. A operação foi lançada pela
procuradoria de Istambul (Dezembro de 2014)
- O presidente Erdogan tem um relacionamento difícil com a mídia
independente da Turquia, que foge ao controle do Estado. Ele já mandou bloquear
redes sociais, fechar jornais e TVs e seu governo é um dos recordistas em
prender jornalistas no planeta. Mas, na tentativa de golpe de sexta-feira, ele
recorreu com agilidade às comunicações modernas para rapidamente levar sua
mensagem a uma população de quase 80 milhões de pessoas, driblando o cerco dos
rebeldes. O presidente usou o aplicativo de chamada em vídeo FaceTime para se
conectar ao telefone de um jornalista e transmitir a mensagem diretamente pela
CNN Turk, uma rede privada de televisão que os conspiradores tentaram silenciar,
sem sucesso. A entrevista ao vivo via FaceTime funcionou para o presidente:
milhares de turcos atenderam à convocação e saíram às ruas, muitos deles com
bandeiras do país. Outro que foi rápido no uso das redes sociais foi o premier
Binali Yildirim: 20 minutos após o início do golpe, ele disse no Twitter que o
alto comando militar não apoiava a revolta (Julho de 2016) (complicação de LFM)
1 comentário:
Os tempos estão muito difíceis.
A "besta" que nos anos 30 se chamava Hitler hoje chama-se DAESH ou EI. Os dirigentes Europeus lembram Chamberlain e Lord Halifax. Falta um Churchill que enfrente a "besta" e as "bestinhas".
Erdogam e outros iguais brinca(ra)m com os abúlicos Chamberlain que tiveram pela frente com consequências bem nefastas para as populações. Nem as asneiras que comete(ra)m, protegidas por forte cobertura jornalística, assumem
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