terça-feira, novembro 10, 2015

Muito sinceramente não acredito na estabilidade política deste alegado acordo PS-PCP-Bloco. Não acredito porque há sinais concretos de que a ideia principal foi a de afastar Passos e Portas do poder - não é que a arrogância deles o justifique - a todo o custo. Não é possível concertar partidos que estiveram historicamente desavindos e em pólos diferentes. Não percebi como vai a PCP controlar e neutralizar a Intersindical e os sindicatos que vivem das agitações de rua e do mediatismo reivindicativo na comunicação social, por sinal, diga-se, sem grande sucesso efectivo. Não entendo como é que estes três partidos agora concordantes vão gerir o facto de terem candidatos presidenciais diferentes que certamente de alguma forma tentarão mostrar diferenças entre si. Se não o fizerem então teremos candidaturas presidenciais equiparáveis a uma palhaçada. O facto de não terem chegado a um consenso quanto a uma única moção de censura da esquerda, o facto de não terem chegado a acordo para um acordo único e comum, o facto de não terem chegado a entendimento quanto a questões essenciais como os orçamentos de estado de 2016 a 2020, são indicadores concretos, muito concretos, de que provavelmente não existem condições, quiçá nunca existirão condições apesar das juras de entendimento para a Legislatura, entre partidos que partilham um eleitorado comum e que nenhum quer perder a favor dos outros dois.

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