segunda-feira, janeiro 26, 2015

Syriza chegou a acordo com partido anti-troika Gregos Independentes

Segundo o Público, "Alexis Tsipras tinha dito no discurso de vitória que depois da celebração era tempo de começar a trabalhar e assim foi. Após o anúncio dos resultados das eleições deste domingo que deram ao Syriza uma maioria quase absoluta de 149 deputados num total de 300, o líder do partido vencedor começou logo pela manhã a primeira reunião para tentar formar uma coligação ou uma maioria parlamentar. E só foi necessária uma reunião, com o partido populista Gregos Independentes. À saída do encontro, o líder Pannos Kammenos anunciou um acordo. “Quero apenas dizer que a partir deste momento há Governo”, disse o líder Gregos Independentes, Panos Kommenos, à saída da sede do Syriza, menos de uma hora depois de ter entrado. “[O partido] Gregos Independentes dará um voto de confiança ao primeiro-ministro Alexis Tsipras”, afirmou, acrescentando, segundo a Reuters, que havia "um acordo de princípio". Um acordo, segundo esta agência, que proporciona uma aliança fora do comum ao juntar dois partidos de campos opostos do espectro político unidos por uma mesma rejeição ao programa de resgate da União Europeia e FMI. “O primeiro-ministro irá ao Presidente e a formação do Governo será anunciada pelo primeiro-ministro. O objectivo para todos os gregos é começar um novo dia, com total soberania", disse ainda Panos Kommenos, líder do partido, que elegeu 13 deputados e foi o sexto partido mais votado. A correspondente do Guardian, Helena Smith, comentava que o entusiasmo era tal que Kammenos chegou dez minutos adiantado à reunião. O jornalista Nick Malkoutzis, do Kathimerini e do site MacroPolis, comentava que esta era a “opção nuclear”. Tsipras vai ainda encontrar-se com outros partidos, como O Rio (To Potami), que apesar de novo era visto como uma força mais moderada, mas não era esperado que mais nenhum partido se juntasse à aliança. Na véspera, Kammenos, cujo partido ficou em 6º lugar com 4,7% dos votos segundo os últimos resultados, tinha avisado que não entraria numa coligação em que participasse O Rio, que ficou em 4º com 6%. A Presidência da República grega já anunciou que Alexis Tsipras vai ser nomeado oficialmente primeiro-ministro às 16h em Atenas (14h em Lisboa). E na Grécia fala-se que Tsipras quer que o juramento da tomada de posse não seja cima da bíblia. A união entre o Syriza, de esquerda, e o Gregos Independentes, de direita, é uma coligação estranha. A retórica nacionalista dos Gregos Independentes entra em choque com a posição inclusiva para os imigrantes do Syriza; Kammenos recentemente sugeriu numa entrevista que os judeus tinham um tratamento preferencial em relação ao pagamento de impostos a Grécia. Mas alguns antecedentes apontavam para uma possível ligação, como uma deputada que trocou de campo dos Gregos Independentes para o Syriza, Rachel Makri – e que, aliás, protagonizou um dos casos da campanha eleitoral ao sugerir que a Grécia poderia imprimir dinheiro se faltasse liquidez ao país"