segunda-feira, janeiro 26, 2015

A Grécia não quer mais nada com a austeridade e com a troika

Ao anunciar hoje um acordo de coligação parlamentar com o partido de direita "Gregos Independentes", Alex Tsipras deverá ser ainda hoje nomeado primeiro-ministro. Após o anúncio dos resultados das eleições de ontem que deram ao Syriza uma maioria quase absoluta de 149 deputados num total de 300, o líder do partido vencedor começou esta manhã a primeira reunião para tentar formar uma coligação ou uma maioria parlamentar. E só foi necessária uma reunião, com o partido populista "Gregos Independentes", cujo líder Pannos Kammenos, confirmou à saída da audiência o acordo. Independentemente das implicações políticas resultantes deste acordo - o Syriza da esquerda radical e os populistas "Gregos Independentes" de direita - a verdade é que este acordo confirma que a Grécia está claramente virada contra a troika, contra a austeridade e contra a Europa que lhes quer impor regras, como o demonstrou hipocritamente o bandalho do Presidente do banco alemão na noite de domingo passado. Penso que a Grécia pode gerar uma tremenda crise na Europa e que a idiota da Merkel e seus aliados, incluindo em Portugal, ainda não perceberam que a conjugação das medidas do BCE anunciadas na semana passada, mais os resultados eleitorais na Grécia, claramente contra os capitalistas europeus e seus comparsas e contra a insistência na austeridade de merda que tanto agrada aos liberais que por aí andam, incluindo em Portugal - quando a Europa precisa é de crescer e muito e não de recessão ou de andar envolvida em guerras internas entre estados -  podem ser o rastilho de muita coisa que pode culminar com a implosão da Europa, deste Europa capitalista e dos interesses e das máfias, que nada tem a ver com a Europa da solidariedade, a Europa humanista e de desenvolvimento que esteve presente na mente dos seus criadores e do Tratado de Roma assinado há mais de 50 anos. Uma cosia é certa, e na Grécia esta coligação o demonstrou: a Grécia não quer mais nada com a troika, não quer mais nada com a austeridade, e se necessário for, parece estar disposta (?) a correr riscos, incluindo os que resultem de uma situação mais extrema de abandono do euro. E quem sabe se mais do que isso. Porque, além disto tudo, há que recordar que a Grécia faz parte da OTAN...