sábado, outubro 11, 2014

Futebol: A goleada que nunca existiu

Segundo o jornalista do Público, TIAGO PIMENTEL, "foi um resultado histórico, mas que não ficará para a história: quando o Kongo United “cilindrou” o Balrog Botkyrka Södertälje por 30-0, em jogo da série K da sétima divisão sueca, o mundo abriu a boca de espanto. Os números do marcador eram impensáveis, assim como os 21 golos apontados nesse encontro por um só jogador, Yanick Djouzi Manzizila, que quebrava um recorde do futebol sueco que durava há 60 anos. Só que a desistência do Balrog Botkyrka Södertälje levou a que os resultados das partidas desta equipa fossem anulados. “Não há muito que eu possa fazer. Tenho de me contentar com o facto de ter quebrado o recorde”, conformava-se Manzizila, após ter sido consumada a desistência do Balrog Botkyrka Södertälje. Ainda assim, o jogador será objecto de uma homenagem por parte da federação sueca. Os dois resultados contra aquele adversário, assim como as partidas contra o Wårby United (que também desistiu) “custaram” ao Kongo United, no total, a perda de 66 golos na classificação final. Apesar disso, a equipa terminou à mesma na primeira posição, com o melhor ataque da respectiva série (83 golos marcados em 14 jogos) e dez pontos de vantagem sobre o segundo classificado. Na próxima época, o Kongo United disputará a sexta divisão e o desafio é continuar a bater recordes. Formado em Novembro de 2013, num bairro da zona sul de Estocolmo, o Kongo United não precisou de muito tempo para causar sensação e fazer com que os resultados da sétima divisão sueca parecessem marcadores de hóquei em patins: 7-1 ao Fullersta na primeira jornada, 8-0 ao Melli na segunda, e por aí adiante. Apenas o Vretarna conseguiu travar a fúria goleadora da equipa orientada por Philip Lyons, arrancando um empate 0-0 em casa. O nome do clube reflecte as ligações ao Congo: “Todos nós que estivemos na fundação temos ligações ao país e a Kinshasa”, contou ao PÚBLICO, por correio electrónico, o presidente Benjamin Moukoko. Mas as portas não estão fechadas para ninguém. “O Kongo United promove a diversidade. Nós não somos uma associação de imigrantes e recebemos toda a gente, independentemente da origem étnica”, pode ler-se no site oficial. “Ninguém na equipa é profissional, mas muitos jogaram ao mais alto nível”, acrescentou ainda Benjamin Moukoko. Um nome que será imediatamente reconhecido – pelo menos para os fãs do jogo Championship Manager – é o de Tonton Zola Moukoko. O mítico avançado (mas só no computador) chegou a passar pelo futebol inglês e desempenha agora o papel de treinador adjunto. O futebol não é como no Championship Manager, mas para o Kongo United chega a parecer que sim"