Escreve o jornalista do Correio da Manhã, António Sérgio Azenha que "o pagamento dos salários aos funcionários públicos, no médio prazo, irá depender da troika. Com a suspensão da transferência da tranche de dois mil milhões de euros para Portugal, prevista para meados de maio, o Executivo receia, segundo apurou o CM, que uma eventual rutura financeira na tesouraria do Estado possa, devido ao arrastamento das novas negociações com a troika, colocar em causa o pagamento dos ordenados no verão. No essencial, de acordo com fontes conhecedoras do processo, o volume da liquidez financeira do Estado irá depender da brevidade com que for encontrada uma solução para fazer face ao impacto da decisão do Tribunal Constitucional. A tranche da troika de dois mil milhões de euros é suficiente para financiar quase dois meses de despesas com pessoal no Estado, o que dá uma noção precisa da importância dessa verba. Daí que os ministérios estejam a fazer esforços para encontrar rapidamente medidas que permitam reduzir a despesa pública em 1,3 mil milhões de euros. Por essa via, será possível garantir a transferência da tranche de dois mil milhões de euros. E poderá ser também possível avançar com a emissão de dívida pública a 10 anos. A troika deverá visitar Portugal em breve. Quanto às medidas que o Governo está a estudar para aplicar cortes na Educação, Segurança Social, Saúde e empresas públicas, todas as hipóteses estão em cima da mesa. Ontem, o Ministério das Finanças garantiu que o subsídio de férias dos funcionários públicos e dos pensionistas será pago em dinheiro e não em títulos do Tesouro, como avançou no domingo, o ‘Wall Street Journal'. O Executivo negoceia esta semana, com os representantes da troika, a hipótese de alargar o prazo de pagamento do empréstimo da troika. E esta medida é considerada fundamental para Portugal fazer face aos compromissos de amortização da dívida pública, que atingirá valores elevados nos próximos anos".