Há quem ache que PPC
devia começar pela redução dos deputados. Concordo. De facto falou-se na
redução dos 230 deputados actuais para 180 ou mesmo 150. Durante dois anos
realizaram-se negociações, entre PSD e CDS e mesmo o PS, também para a redução
da composição dos chamados executivos camarários, negociações essas que falharam.
Ou seja, quando se fala numa reforma política com essa dimensão, obviamente que
as coisas depois esbarram noutras dificuldades que transcendem a lógica. Aliás,
e apenas como exemplo, julgam que será possível por exemplo, alterar a lei
eleitoral regional, para que a Assembleia Legislativa da Madeira disponha de um
novo modelo eleitoral, de maior proximidade entre eleitores e eleitos e para um
total de 25 ou 29 deputados em vez dos actuais 47? Obviamente que não. Claro
que os problemas do país não se resolvem com a mera redução do número de deputados.
Criou-se um embuste político oportunista à volta deste tema. Só os custos reais
com PPPs e Scuts dariam para pagar a Assembleia da República na sua composição (e
orçamento) actual por mais de 200 anos ou mais! Mas nessas PPPs, nas SCUTs, nas
rendas da energia, no sector empresarial público, etc, ninguém toca. Há muitos interesses
financeiros e bancários associados a estas tramóias todas que secam o orçamento
de estado.