Tenho
lido alguns dos comentários relativamente a uma hipótese de renegociação com a
troika do programa de ajustamento. Aparentemente admito que seria esse o passo
mais adequado. O problema é que admito que o governo de coligação, e dou-lhe de
barato isso, tema que a ideia de uma renegociação do programa seja aproveitado
pela troika para transformar essa renegociação num segundo resgate. Estes
bandalhos que nos emprestam dinheiro e que ganham milhões à custa da desgraça
dos outros, em muitos casos por eles deliberadamente provocadas via manipulação
do ranking, pressões e manipulação dos mercados e via especulação criminosa e
mafiosa por parte de alguns sectores da banca, não estão disponíveis para
facilidades.
Acresce,
como é sabido, que na próxima semana na Irlanda, Portugal estará interessado na
aprovação de um alargamento do prazo de pagamento da suas maturidades, para
evitar a concentração de pagamentos em duas ou três datas, o que aumentará a
dificuldade. O país não tem condições nem dinheiro para cumprir esses prazos
acertados por Sócrates na negociação original. Resta saber, neste contexto, o
que dirão os ministros das finanças europeus.
Por
isso aceito que o governo de coligação, pelo menos para já, não queira nem
tenha falado numa renegociação do programa d ajustamento. Provavelmente isso
ficará lá mais para a frente e com outro governo, porque, repito, não acredito
que este seja capaz de dar a voltas à situação interna entretanto criada.
Porque uma coisa é renegociar outra coisa. E um segundo resgate. Neste caso
concordo com PPS: há que evitar um segundo resgate custe o que custar. Porque
não podemos continuar reféns destes chulos estrangeiros que nos chupam até ao
tutano. Mas esse segundo resgate não está afastado.