domingo, abril 07, 2013

Nunca um 2º resgate

Tenho lido alguns dos comentários relativamente a uma hipótese de renegociação com a troika do programa de ajustamento. Aparentemente admito que seria esse o passo mais adequado. O problema é que admito que o governo de coligação, e dou-lhe de barato isso, tema que a ideia de uma renegociação do programa seja aproveitado pela troika para transformar essa renegociação num segundo resgate. Estes bandalhos que nos emprestam dinheiro e que ganham milhões à custa da desgraça dos outros, em muitos casos por eles deliberadamente provocadas via manipulação do ranking, pressões e manipulação dos mercados e via especulação criminosa e mafiosa por parte de alguns sectores da banca, não estão disponíveis para facilidades.
Acresce, como é sabido, que na próxima semana na Irlanda, Portugal estará interessado na aprovação de um alargamento do prazo de pagamento da suas maturidades, para evitar a concentração de pagamentos em duas ou três datas, o que aumentará a dificuldade. O país não tem condições nem dinheiro para cumprir esses prazos acertados por Sócrates na negociação original. Resta saber, neste contexto, o que dirão os ministros das finanças europeus.
Por isso aceito que o governo de coligação, pelo menos para já, não queira nem tenha falado numa renegociação do programa d ajustamento. Provavelmente isso ficará lá mais para a frente e com outro governo, porque, repito, não acredito que este seja capaz de dar a voltas à situação interna entretanto criada. Porque uma coisa é renegociar outra coisa. E um segundo resgate. Neste caso concordo com PPS: há que evitar um segundo resgate custe o que custar. Porque não podemos continuar reféns destes chulos estrangeiros que nos chupam até ao tutano. Mas esse segundo resgate não está afastado.