Garantem os jornalistas do Económico, Margarida Peixoto e Luís Reis Pires, que "os responsáveis da ‘troika’ chegam a Portugal na próxima semana e vão analisar o risco da saída da Grécia do euro e preparar um plano para esse cenário. A ‘troika' vai estudar um plano de contingência para proteger Portugal perante uma eventual saída da Grécia da zona euro. Os técnicos internacionais vão avaliar os riscos à volta da economia nacional e, no plano externo, a crise política em Atenas é o principal tema em análise. Em cima da mesa estará também o desemprego, que será revisto em alta, e o seu impacto na execução orçamental da Segurança Social. As autoridades internacionais chegam a Lisboa na próxima semana para a quarta revisão do memorando de entendimento com o Governo português. Com os rumores de que a Grécia poderá abandonar a moeda única a subirem de tom, o Diário Económico sabe que a análise de um plano de contingência para fazer face a tal cenário vai marcar a agenda das reuniões. Recorde-se que o risco de Atenas regressar ao ‘dracma' subiu drasticamente nas últimas semanas, depois de nenhum partido político ter conseguido formar governo na Grécia, após as eleições de 6 de Maio. Os gregos vão agora voltar às urnas em 17 de Junho, mês em que o Estado helénico poderá ficar sem dinheiro - a ‘troika' recusa continuar a financiar o país enquanto não houver um governo que garanta a continuidade do programa de ajustamento. A saída da Grécia da moeda única já deixou inclusive de ser tabu para as autoridades. Na terça-feira foi a vez de Christine Lagarde, directora do FMI, afirmar que a zona euro poderá ser obrigada a preparar uma "saída ordenada" de Atenas. A hipótese ganhou uma força tal que o regresso da economia helénica ao ‘dracma' é considerado o principal risco externo neste momento para Portugal, levando as autoridades nacionais e internacionais a debruçarem-se sobre o assunto nas próximas semanas. Este será um dos cenários de risco a ser avaliado e serão pensadas medidas para o caso de se concretizar. Em cima da mesa estará também o desemprego, que atingiu os 14,9% da população activa no primeiro trimestre deste ano. Governo e ‘troika' consideram que o aumento do número de desempregados está a demonstrar um ritmo superior ao que seria expectável face à evolução da actividade económica. Nesse sentido, vão analisar ao pormenor a situação do mercado de trabalho e rever em alta a previsão do desemprego para este ano, bem como o impacto desta subida na Segurança Social. Recorde-se que na última revisão, em Fevereiro, a previsão inscrita no programa foi de 14,4%. Na semana passada, a Comissão Europeia divulgou as suas previsões de Primavera, nas quais aponta para uma taxa de 15,5%. Este valor será o ponto de partida para a revisão da ‘troika', que terá ainda em conta os riscos ascendentes que existem neste momento. O crescimento económico também será discutido, com os técnicos internacionais a quererem perceber para onde está a caminhar a economia nacional - os dados avançados na terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, que dão conta de uma quebra em cadeia do PIB de 0,1%, são vistos com cautela, porque são baseados em informação incompleta. Mas uma coisa é certa: a ‘troika' não vê grande margem para, com o objectivo de promover o crescimento, relaxar as metas do programa ou para novos financiamentos à economia, a não ser os provenientes dos fundos comunitários".quinta-feira, maio 17, 2012
Ameças: "Troika" estuda plano B para Portugal caso Atenas saia do euro
Garantem os jornalistas do Económico, Margarida Peixoto e Luís Reis Pires, que "os responsáveis da ‘troika’ chegam a Portugal na próxima semana e vão analisar o risco da saída da Grécia do euro e preparar um plano para esse cenário. A ‘troika' vai estudar um plano de contingência para proteger Portugal perante uma eventual saída da Grécia da zona euro. Os técnicos internacionais vão avaliar os riscos à volta da economia nacional e, no plano externo, a crise política em Atenas é o principal tema em análise. Em cima da mesa estará também o desemprego, que será revisto em alta, e o seu impacto na execução orçamental da Segurança Social. As autoridades internacionais chegam a Lisboa na próxima semana para a quarta revisão do memorando de entendimento com o Governo português. Com os rumores de que a Grécia poderá abandonar a moeda única a subirem de tom, o Diário Económico sabe que a análise de um plano de contingência para fazer face a tal cenário vai marcar a agenda das reuniões. Recorde-se que o risco de Atenas regressar ao ‘dracma' subiu drasticamente nas últimas semanas, depois de nenhum partido político ter conseguido formar governo na Grécia, após as eleições de 6 de Maio. Os gregos vão agora voltar às urnas em 17 de Junho, mês em que o Estado helénico poderá ficar sem dinheiro - a ‘troika' recusa continuar a financiar o país enquanto não houver um governo que garanta a continuidade do programa de ajustamento. A saída da Grécia da moeda única já deixou inclusive de ser tabu para as autoridades. Na terça-feira foi a vez de Christine Lagarde, directora do FMI, afirmar que a zona euro poderá ser obrigada a preparar uma "saída ordenada" de Atenas. A hipótese ganhou uma força tal que o regresso da economia helénica ao ‘dracma' é considerado o principal risco externo neste momento para Portugal, levando as autoridades nacionais e internacionais a debruçarem-se sobre o assunto nas próximas semanas. Este será um dos cenários de risco a ser avaliado e serão pensadas medidas para o caso de se concretizar. Em cima da mesa estará também o desemprego, que atingiu os 14,9% da população activa no primeiro trimestre deste ano. Governo e ‘troika' consideram que o aumento do número de desempregados está a demonstrar um ritmo superior ao que seria expectável face à evolução da actividade económica. Nesse sentido, vão analisar ao pormenor a situação do mercado de trabalho e rever em alta a previsão do desemprego para este ano, bem como o impacto desta subida na Segurança Social. Recorde-se que na última revisão, em Fevereiro, a previsão inscrita no programa foi de 14,4%. Na semana passada, a Comissão Europeia divulgou as suas previsões de Primavera, nas quais aponta para uma taxa de 15,5%. Este valor será o ponto de partida para a revisão da ‘troika', que terá ainda em conta os riscos ascendentes que existem neste momento. O crescimento económico também será discutido, com os técnicos internacionais a quererem perceber para onde está a caminhar a economia nacional - os dados avançados na terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística, que dão conta de uma quebra em cadeia do PIB de 0,1%, são vistos com cautela, porque são baseados em informação incompleta. Mas uma coisa é certa: a ‘troika' não vê grande margem para, com o objectivo de promover o crescimento, relaxar as metas do programa ou para novos financiamentos à economia, a não ser os provenientes dos fundos comunitários".
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