terça-feira, março 13, 2012

Sócrates em Paris comandou resposta a Cavaco



Li no Correio da Manhã, num texto do jornalista Pedro H. Gonçalves que “José Sócrates comandou a partir de Paris, toda a estratégia de reacção a Cavaco Silva. No mesmo dia em que foram conhecidas as acusações públicas do Presidente da República ao ex-primeiro-ministro do PS no livro ‘Roteiros VI', o CM testemunhou, na capital francesa, todas as diligências realizadas por José Sócrates para liderar a barreira de fogo socialista contra o inquilino do Palácio de Belém. Logo pela manhã, quando já eram conhecidas em Lisboa as palavras duras de Cavaco Silva sobre a "falta de lealdade institucional" de José Sócrates, depois publicadas no site da Presidência da República, dois jornalistas do CM cruzaram-se com o ex-chefe de governo em vários locais públicos. Foi então audível para todos os presentes, desde que compreendessem a língua portuguesa, que Sócrates dava instruções precisas a alguém por telemóvel para convidar o ex-ministro da Presidência do Conselho de Ministros Pedro Silva Pereira para uma "reunião". Silva Pereira foi o braço armado da reacção. Pouco depois, na capital portuguesa, o ex-ministro dos dois governos de Sócrates desdobrava-se em declarações e entrevistas às televisões e rádios. Depois do café, o ex-líder do PS seguiu para a universidade que frequenta, mas passou a manhã toda ao telefone, como as fotografias do CM podem demonstrar, incluindo nos momentos em que conduzia o seu carro. Foi num desses telefonemas, em local público, que disse, de forma perceptível: "Não se esqueçam de convidar o Pedro Silva Pereira para a reunião." Para o deputado do PS José Lello deveriam ficar as declarações mais duras, co-mo é habitual. O objectivo era também pressionar o actual líder do PS, António José Seguro, a criticar Cavaco Silva.

"FALTA DE LEALDADE HISTÓRICA"

"Não tinha sido por falta de alertas, feitos em público e em privado, que o Governo não tinha ajustado as suas políticas, de modo a conter o agravamento da situação económica e social do País." As palavras de Cavaco Silva, no prefácio de novo volume do livro ‘Roteiros VI', resumem o tom da memória presidencial sobre os últimos meses do governo de José Sócrates. O ex--primeiro-ministro é acusado de sonegar informação ao PR, contrariando a sua obrigação constitucional, numa "falta de lealdade" histórica. Cavaco diz ainda que Sócrates precipitou a crise a partir do momento em que perdeu a maioria absoluta: "O PS não manifestou interesse genuíno na formação de um governo de coligação."

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