terça-feira, agosto 02, 2011

Saúde: Ministério fecha urgências em Lisboa, Porto e Coimbra

Escreve a jornalista Marta F. Reis, do Jornal I, que “a medida anunciada pelo ministro da Saúde, Paulo Macedo, retoma a iniciativa levada a cabo por Correia de Campos em 2006. O ministro socialista previu o fecho de 15 urgências hospitalares e a criação de novas unidades. A maioria fechou mas o trabalho ficou incompleto e houve cedências em casos como o Hospital Curry Cabral, em Lisboa. Agora a rede vai passar por uma nova avaliação. Alguns serviços, onde houver "excesso de oferta", vão encerrar. A medida foi anunciada ontem por Paulo Macedo depois de uma reunião com os dirigentes das unidades do Serviço Nacional de Saúde. O objectivo é que até ao final do ano sejam avaliadas as necessidades a nível nacional, com o apoio de administradores e técnicos. Nesta avaliação estarão incluídos também os serviços prestados por privado e sector social, adiantou o ministro. "Não há o objectivo de fechar por fechar, agora claramente há uma sobreposição de urgências, e quem o vai dizer são os clínicos e não os economistas e administrativos. Vão dizer se há valências repetidas, que podem ser concentradas e melhorar a qualidade. Foi por haver concentração em algumas áreas que se melhorou drasticamente os resultados em saúde", afirmou, citado pela Lusa. Pedro Lopes, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares (APAH), disse ontem ao i que a necessidade de rever a rede de urgências é conhecida há muito, mas faltou "coragem para a levar até ao fim". O responsável adianta que o mais provável é que venham a encerrar serviços nos centros urbanos, sobretudo no Porto, em Lisboa e Coimbra. "É onde temos mais urgências e com o mesmo tipo de perfil." Pedro Lopes sublinha que existe muito trabalho feito sobre urgências, que deverá ser aproveitado na nova avaliação. A Administração Regional de Saúde do Norte, por exemplo, publicou em 2009 um estudo sobre as necessidades futuras. Notava-se então uma diminuição na procura das urgências hospitalares e projectava-se que as necessidades de episódios de urgência, em 2020, fossem inferiores 24,7% às de 2007. Na realidade, a quebra poderá não estar a ser tão acentuada, mas, segundo os relatórios de actividades de 2010 cruzados pelo i (só não está publicado o da ARS Algarve), as urgências hospitalares diminuíram em todo o país à excepção de Lisboa e vale do Tejo. Na ARS Norte houve menos 3,7% urgências, no Centro menos 1,6% e no Alentejo menos 2,2%. O aumento em Lisboa anula praticamente a quebra a nível nacional: houve mais 3,8% de consultas. No balanço global, e sem os dados do Algarve, os hospitais públicos tiveram menos 9414 consultas de urgência”.

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