O que se passou hoje com a tentativa falhada de Fernando Nobre para a presidência da Assembleia da República, foi uma barracada sem precedentes. Nunca se viu semelhante coisa. Numa primeira votação, Nobre obteve 106 votos favoráveis entre os 228 votantes (falharam dois), contra 101 brancos e 21 nulos. Numa segunda votação, regimentalmente prevista, mantiveram-se os mesmos 101 brancos, os nulos passaram para 22 e os votos favoráveis baixaram para 105. Ou seja, o falhanço da eleição, era mais do que evidente, depois da forma desastrosa como Nobre, sem qualquer experiência política, sem perfil para as exigências do cargo, geriu o convite que o PSD, e acredito na boa fé de Passos Coelho, lhe fez. O PSD, por seu turno, cometeu o erro de associar a candidatura de Nobre à presidência da Assembleia da República, antecipando uma questão que tinha a ver com factores que o PSD não controlaria, em situação de não obtenção da maioria absoluta, o que realmente veio a acontecer. Especulação? Não serve para nada nem adianta nada. Passos Coelho fragilizado? Porquê? A haver fragilização política e pessoal de alguém será Fernando Nobre. Nunca de Passos Coelho que manteve coerentemente a sua palavra e seu convite, provavelmente mesmo sabendo que este seria o desfecho, mesmo que nunca o tivesse admitido.
***
Sem comentários:
Enviar um comentário