Li no Económico que "Carrilho responde ao desafio dos socialistas com duras críticas ao secretário-geral do PS e ao partido. Em entrevista ao Público, Manuel Maria Carrilho escusa-se a dizer se vai avançar contra Sócrates nas directas de Março e se pensa ir ao congresso. Isto depois de Capoulas Santos ter desafiado, este domingo, o antigo ministro da Cultura a concorrer à liderança do PS. "Precisamos de ideias novas, e só através do debate é que elas podem surgir", diz Carrilho, revelando que propôs a Sócrates que se organizasse no PS um ‘think tank' "mas não ligou nenhuma". É que o actual primeiro-ministro, acusa Carrilho, "quando falo de ideias e debates, Sócrates pensa em espectáculo e propaganda". Na opinião do ex-embaixador de Portugal na UNESCO, foi o "deslumbramento pela ‘financeirização' da economia e pelas novas tecnologias que deixou Sócrates sem tapete em 2007, e o levou, durante dois anos, a negar a realidade da crise". Carrilho não poupa ainda o PS, considerando que o "exercício do poder, que se reduz à obsessão de durar, nunca deu futuro a nenhum partido", defendendo que "estes últimos seis anos traduziram-se numa óbvia degradação de diversos valores do Partido Socialista: o pluralismo, a igualdade, a educação e a cultura, os direitos humanos". Na mesma entrevista, Carrilho responde ainda às criticas do histórico socialista Almeida Santos, que o acusou de estar "agastado" por ter sido apeado do lugar de embaixador de Portugal na UNESCO, em Paris. "Os lugares, para mim, são missões que exerço com empenho, mas também com desprendimento", sublinhando que aceitou o cargo "sem perceber que o Governo não estava interessado em nenhuma das causas da UNESCO". Sublinhando ser "um simples militante de base do PS", Carrilho considera ainda que a sua intervenção política é "adequada para ajudar o País a resolver os seus gravíssimos problemas". Também hoje num artigo publicado no Diário de Notícias Carrilho insiste na necessidade de "ideias novas, com realismo e capacidade de ruptura", acrescentando que "a crise que o País vive deve-se em boa parte às opções do Governo nos últimos dois anos e meio".
Sem comentários:
Enviar um comentário