"Com um OE politicamente acordado mas ainda por aprovar, e um imenso ‘trabalho de casa’ por fazer em termos de finanças públicas e crescimento económico, os próximos tempos vão ser complicados para Portugal. Não são muitos os caminhos que se lhe abrem. Pedimos a Maria João Rodrigues, atual conselheira das instituições europeias, que projetasse os cenários possíveis. Traçou quatro. A avaliação da probabilidade de cada um deles acontecer é da responsabilidade do Expresso.
1 Portugal consegue adoptar e executar o OE e aprova um plano de apoio ao crescimento
O objetivo é reduzir o desequilíbrio externo, tal como lhe pede Bruxelas (e os mercados). Além disso, Lisboa participa ativamente na definição das regras para reformar a governação económica da União — uma questão de máxima importância para Portugal, se quer que se mantenha um equilíbrio entre a consolidação orçamental e o apoio ao crescimento. O plano está a ser preparado, Segundo a conselheira europeia, devia ser sujeito a discussão pública. Probabilidade: Muito baixa
2 Portugal sai da zona euro
Poderá ser pressionado a fazê-lo, como última alternativa perante a impossibilidade dos outros cenários. O processo é altamente complexo e traduzir-se-ia num grande choque económico e social. Portugal teria de pagar a sua dívida (denominada em euros), enfrentando uma subida da taxa de juro e uma degradação ainda maior do acesso ao crédito. Seria também uma derrota para a UE, cuja credibilidade seria posta em causa ao não conseguir resolver o problema de uma ou duas pequenas economias.
Probabilidade: Muito baixa
3 Portugal aprova e executa o Orçamento, mas sem plano de crescimento económico
É apenas metade da tarefa, porque não corrige os problemas do país a médio e longo prazo e não o coloca na rota do crescimento. Em virtude disso, corre o risco de ser lançado na periferia económica e política — éa situação atual, que mantém Portugal numa situação de menorização económica que pode traduzir-se em menorização política.
Probabilidade: Média (pode passar a alta se Portugal continuar com crescimentos económicos medíocres nos próximos anos).
4 Portugal não é capaz de executar o OE e é pressionado a recorrer a ajuda externa
1 Portugal consegue adoptar e executar o OE e aprova um plano de apoio ao crescimento
O objetivo é reduzir o desequilíbrio externo, tal como lhe pede Bruxelas (e os mercados). Além disso, Lisboa participa ativamente na definição das regras para reformar a governação económica da União — uma questão de máxima importância para Portugal, se quer que se mantenha um equilíbrio entre a consolidação orçamental e o apoio ao crescimento. O plano está a ser preparado, Segundo a conselheira europeia, devia ser sujeito a discussão pública. Probabilidade: Muito baixa
2 Portugal sai da zona euro
Poderá ser pressionado a fazê-lo, como última alternativa perante a impossibilidade dos outros cenários. O processo é altamente complexo e traduzir-se-ia num grande choque económico e social. Portugal teria de pagar a sua dívida (denominada em euros), enfrentando uma subida da taxa de juro e uma degradação ainda maior do acesso ao crédito. Seria também uma derrota para a UE, cuja credibilidade seria posta em causa ao não conseguir resolver o problema de uma ou duas pequenas economias.
Probabilidade: Muito baixa
3 Portugal aprova e executa o Orçamento, mas sem plano de crescimento económico
É apenas metade da tarefa, porque não corrige os problemas do país a médio e longo prazo e não o coloca na rota do crescimento. Em virtude disso, corre o risco de ser lançado na periferia económica e política — éa situação atual, que mantém Portugal numa situação de menorização económica que pode traduzir-se em menorização política.
Probabilidade: Média (pode passar a alta se Portugal continuar com crescimentos económicos medíocres nos próximos anos).
4 Portugal não é capaz de executar o OE e é pressionado a recorrer a ajuda externa
Ao não conseguir implementar o OE, que é difícil, Lisboa é pressionada pela UE a recorrer aos mecanismos de estabilização financeira. Neste cenário, os condicionalismos são fortes: além da monitorização rigorosa da evolução da dívida, défice e desequilíbrio externo, far-se-ão sentir “recomendações” para reformas no mercado de trabalho (mais flexibilidade) e na administração pública (a “modernização”).
Probabilidade: Média (pode passar a alta, caso se agrave a instabilidade política interna e a crise europeia)". (pela jornalista Luisa Meireles, Expresso, com a devida vénia)
Probabilidade: Média (pode passar a alta, caso se agrave a instabilidade política interna e a crise europeia)". (pela jornalista Luisa Meireles, Expresso, com a devida vénia)
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