sexta-feira, agosto 06, 2010

TAP precisa de quase 300 milhões de euros, mas...

Segundo o Jornal I, "a TAP Portugal necessita de uma "entrada de dinheiro no montante de 297,5 milhões de euros" para fazer face à situação financeira em que caiu no final de 2009. No final de 2008, a empresa precisava de apenas de 242,5 milhões de euros. Segundo se lê no relatório e contas (R&C) de 2009 da transportadora aérea, agora divulgado e fechado a 12 de Março de 2010, "no final do exercício [2009] o capital próprio" da empresa "era negativo em 289,8 milhões de euros", valor que compara com os 234,5 milhões de capitais negativos registados no final de 2008. Tal acréscimo obriga a TAP a pedir agora uma maior entrada de capital nas suas contas: "Face ao montante negativo do resultado líquido no final do exercício [...], o conselho de administração irá propor, para sua cobertura [da situação de falência técnica], a entrada de dinheiro no montante de 297,5 milhões de euros". Conforme noticiou o i na última semana, o Ministério das Obras Públicas assumiu no final de Julho que havia uma "necessidade urgente" de recapitalizar a TAP através da sua privatização, expressão que mais tarde, no mesmo dia, António Mendonça, ministro das Obras Públicas, considerou "alarmista". A mudança de opinião do governo surgiu apesar de, e na sequência da notícia do i, a própria TAP ter assumido que as suas necessidades de recapitalização tornavam "premente a privatização" da empresa. Normas Aquando da apresentação de resultados da TAP, em Abril deste ano, o presidente da empresa, Fernando Pinto, referiu que os capitais próprios negativos da transportadora aérea "eram inferiores a 200 milhões de euros". A companhia também revelou que o prejuízo do Grupo TAP foi de 3,5 milhões de euros; contudo, e no relatório e contas, é referido um "resultado líquido negativo de 17,75 milhões de euros". Contactado pelo i, Michael Connoly, administrador financeiro da transportadora, explicou que os números divergem por causa da utilização dos "princípios contabilísticos portugueses (POC)" no caso das perdas de 17,75 milhões. Já quanto aos 3,5 milhões assumidos pela TAP, trata-se de valores contabilizados com "as contas consolidadas em princípios internacionais (IFRS)". Independentemente das normas, certo é que no relatório e contas, e no capítulo sobre a "proposta de aplicação de resultados" a apresentar ao accionista Estado, a administração da TAP assume os 17,7 milhões de prejuízos, já que as normas POC são as "geralmente aceites em Portugal", diz o R&C. Investimentos reduzidos 90% A TAP cortou 90% os investimentos. Se em 2008 a companhia aplicou 316 milhões de euros neste capítulo - formação bruta de capital fixo -, o ano passado foram apenas despendidos 32,3 milhões. Em 2007 e 2006, a TAP tinha investido 301 milhões e 204 milhões, respectivamente. Em 2009, o grupo TAP registou uma quebra de 12,4% no volume de negócios - para 2,076 mil milhões de euros, mas beneficiou com a descida do preço do petróleo".

Sem comentários: