sexta-feira, agosto 06, 2010

Desemprego faz aumentar número de sobreendividados

Li aqui, num trabalho da jornalista Marta Reis e Catarina Melo, que o “número de consumidores sobreendividados que recorre à Associação de Defesa do Consumidor (Deco) mantém uma tendência de subida. Em Julho foram abertos 226 novos processos no Gabinete de Apoio ao Sobreendividado (GAS), da Deco, mais 23 que no mês anterior, elevando o acumulado desde o início do ano para 1.687. Este valor é ligeiramente superior registado no período homólogo -1.667 - o que significa que o recorde de processos abertos em 2009 poderá ser ultrapassado. Natália Nunes, responsável pelo Gabinete de Apoio ao Sobreendividado, prevê que o número de famílias em dificuldade, que pede ajuda à Deco, "não aumente significativamente em relação a 2009". No entanto, alerta, em 2011 poderá haver um aumento acentuado "se a taxa de desemprego se mantiver elevada e se o valor da Euribor começar a subir". A principal causa dos pedidos apresentados na associação continua a ser o desemprego. Em Junho, Portugal registou uma taxa de desemprego de 10,8%, de acordo com dados do Eurostat, o que equivale a quase 600 mil desempregados. A este cenário está também associada a deterioração das condições laborais, a segunda principal causa das dificuldades das famílias sobreendividadas. Dados da Deco mostram que, em Julho, o desemprego foi invocado em 32% dos processos abertos, enquanto a degradação das condições de trabalho em 18,7%. Natália Nunes, responsável pelo Gabinete de Apoio ao Sobreendividado, refere que, apesar de as famílias que têm crédito à habitação, com taxa variável indexada à Euribor (a maioria), terem visto a prestação diminuir, as condições laborais degradaram-se. "O desemprego aumentou, existe muitas vezes uma grande instabilidade profissional, verificou-se, também, um corte por parte das empresas no pagamento das horas extraordinárias, das comissões, o que levou a que um grande número de famílias entrasse em situação de sobreendividamento", disse, em declarações ao Diário Económico. Nos processos abertos no GAS, o número médio de crédito, por processo, ascende a 5,3, sendo que a maioria tem entre um e três créditos. Natália Nunes refere que a maioria das famílias que pede ajuda à Deco "tem taxas de esforço muito elevadas, mesmo antes de serem confrontadas com a diminuição de rendimentos". Por localizações, a delegação de Lisboa da Deco foi onde foram abertos maior número de processos em Julho, num total de 97, menos cinco que no mesmo mês de 2009. No Norte, segunda delegação com mais processos abertos, o número de processos abertos em Julho foi de 59, o mesmo que no período homólogo".

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