
Pode ser uma anedota que os taxistas contam para entreter os turistas que levam de Santa Cruz até aos hotéis da ilha mas, mesmo que o seja, não está muito longe da realidade actual que é a região autónoma. Longe vão os tempos em que a estrada entre o aeroporto e o Funchal era uma espécie de montanha-russa degradada, com as tradicionais casas com o telhado de quatro águas espalhadas pelas encostas, o comércio feito em lojinhas e tabernas e o Hotel Reid’s era o ponto alto da indústria hoteleira local. Mudou a paisagem e a sociedade drasticamente e esse novo filme da vida dos madeirenses pode ser visto neste fim-de-semana, quando se realiza a emblemática Festa da Flor. Uma iniciativa que ajuda os hotéis a recuperarem da baixas taxas de ocupação provocadas pelo cancelamento de muitas reservas aquando do temporal da manhã de sábado, 21 de Fevereiro, e que leva à ilha centenas de continentais que optaram por unir turismo e solidariedade no seu destino de férias. A MADEIRA voltou a estar na moda por essa razão trágica, o temporal que matou e destruiu como não se via desde o grande aluvião de 1993, mas quem visita o Funchal fica espantado por não reconhecer a devastação nos locais onde se viveram situações muito dramáticas. O principal responsável por esta reviravolta é o madeirense mais conhecido de todos os portugueses, o presidente do Governo Regional. Mas Alberto João Jardim não é o único. Um dos que imediatamente avançaram para salvar as pessoas que estavam em perigo emprestou camiões para retirar toneladas de lama e pôs as máquinas escavadoras a afastar os pedregulhos que caíram aos milhares das encostas chama-se Avelino Farinha e é dono de uma empresa de construção civil, com uma dimensão que os economistas do continente esquecem quando elaboram relatórios sobre o desenvolvimento nacional. Quando se tenta falar com ele verifica-se que é quase impossível porque aposta na discrição e só ao fim de uma perseguição telefónica concede dez minutos de conversa difícil. Tirar uma fotografia sua nem pensar! Quem é Avelino Farinha? A resposta é simples de encontrar: é um dos «donos da Madeira». Tal como são Horácio Roque, Joe Berardo e Dionísio Pestana no ramo da hotelaria; Luís Miguel de Sousa na exploração portuária e transportes marítimos e Michael Blandy nos famosos vinhos da região. Mas atribuir-se a Berardo o título de «dono da Madeira» devido à importância nos investimentos na hotelaria é um engano porque dos seus aviários sai um milhão de frangos por ano para alimentar madeirenses e turistas". Leia aqui o texto da reportagemn do jornalista da revista NS, João Céu e Silva.
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