Diz o DN de Lisboa, num texto da jornalista Ana Tomás Ribeiro, que "a administração da Portugal Telecom deverá tomar ainda esta semana uma posição relativamente aos dois administradores executivos envolvidos nas escutas divulgadas pelo semanário Sol - que denunciam um alegado plano de controlo dos media. Até porque alguns dos accionistas de referência, públicos e privados, na empresa de telecomunicações consideram que as suspeitas que recaem sobre ambos, assim como os comportamentos de Rui Pedro Soares e Fernando Soares Carneiro, estão a ser prejudiciais para a empresa e querem a sua demissão, referiram ao DN alguns dos seus representantes, preferindo não dar a cara. Entre eles está o próprio Estado, que os nomeou. Quando se referem aos comportamentos, os representantes dos accionistas, em declarações ao DN falam sobretudo dos pedidos de providências cautelares apresentadas pelos dois gestores para tentarem impedir a saída da última edição do Sol. A solução para a saída dos dois gestores pode passar pela demissão dos próprios ou, se isso não acontecer, por um pedido intervenção da Comissão de Auditoria da PT, para que esta avalie o caso, adiantaram fontes accionistas ao DN. E se houver motivo para a demissão dos gestores, o assunto será levado à próxima assembleia geral da empresa. A convocação de uma reunião extraordinária está fora de questão, tal como já disse ontem o próprio presidente do conselho de administração da PT, Henrique Granadeiro, ao Diário Económico. Isto porque a convocatória deveria ser feita com um mês de antecedência e, assim, só se realizaria no final de Março ou no início de Abril. Ora, para essa altura, está prevista a assembleia geral anual para aprovar as contas. Henrique Granadeiro, contactado ontem pelo DN por diversas vezes preferiu não falar. Porém, a própria comissão de trabalhadores da PT em comunicado no seu site afirma que a serem verdadeiras as notícias vindas a público sobre o envolvimento dos administradores da empresa num plano para controlar órgãos de comunicação social , esses "devem renunciar aos cargos". E relembra que a "administração da PT e o seu principal visado ainda não as desmentiram". A comissão de trabalhadores considera ainda: "Estamos perante uma operação que desprestigia um dos maiores grupos económicos do País." Quer o gabinete do primeiro-ministro, quer o Ministério da Obras Públicas dizem não haver nada a acrescentar às declarações já feitas por José Sócrates sobre o assunto. Ou seja, que o Governo nada sabia sobre o negócio da compra da TVI pela PT, nem sobre um plano para, através desta empresa, controlar vários órgãos de comunicação social (ver texto na página ao lado). Mesmo sabendo-se que o Estado tem uma golden share na empresa de telecomunicações, que lhe confere poderes especiais. Posição que o empresário Joe Berardo veio ontem dizer à Lusa que estaria disponível para comprar."Se o Governo quiser vender, eu estou interessado. O Governo não pode ter uma golden share, mas um accionista pode", afirmou, não querendo, no entanto, avançar com um valor para a oferta. Mas assegurou que já ofereceu ao Estado "um montante substancial" por aquela posição. A Ongoing, outro dos accionistas privados de referência, também se mantém em silêncio relativamente ao caso PT. Mas continua a desenrolar a sua estratégia para a compra de uma posição de 33% na Media Capital, empresa proprietária da TVI. Ontem, fonte oficial da empresa, garantiu à Lusa que está a ultimar a venda da participação dos 23 por cento de capital que detém na Impresa (grupo de Pinto Balsemão dono da SIC e do Expresso), para concluir a aquisição - condição imposta pela Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC)".
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