sexta-feira, junho 26, 2009

Será...lei?

O deputado do PS André Escórcio, que como eu tem uma grande experiência jornalística – o que ajuda as pessoas a perceberem e justifica esta quase doentia dependência face ao matracar diário das teclas do computador para aqui marcarmos presença – escrevia há dias, num dos seus últimos comentários que um qualquer deputado da sua bancada há muito vinha insistindo num novo modelo económico. Basicamente parece que era esta a ideia central. Não comentando esta questão em concreto – porque, com mais ou menos competência todos temos ideias próprias e sabemos que um, processo de desenvolvimento se faz em diversas etapas, que não se compadecem com qualquer tipo de cristalização ou a insistência em opções que podem depois não ter o impacto desejado – fica-me a dúvida se o professor Escórcio pretende garantir que pelo facto desse seu colega de partido dizer o que diz, isso significa lei, ou seja, temos todos que acreditar, como se a política funcionasse em função dos “mamadus” ou dos “professores bambos” das finanças, da economia ou quer do que seja. Porque, curiosamente, não me lembro de ouvir nenhuma palavra desses sabichões quando a uma crise que acabou por ter o efeito que todos conhecemos, não apenas na Madeira, mas em Portugal onde a situação é bem mais catastrófica. E tanto o professor Escórcio como eu, não precisamos de andar muito anos a estudar manuais da teoria económica, ou deambular à volta da macro ou da microeconomia, para sermos capazes de ler os indicadores recentes da OCDE sobre a evolução da economia nacional e particularmente a europeia. Tal como não precisamos de andar a “queimar muitos fusíveis” para percebermos o que querem dizer os indicadores do Eurostat, divulgados na semana passada, os quais colocam Portugal (dados de 2007, muito antes do real impacto da actual crise!!!) entre os países europeus com menos poder de compra e capacidade de poupança quase nula. Recuso aceitar verdades absolutas, muito menos provenientes de quem não consegue separar o trigo do joio, ou seja, separar a política e o direito a ter ideias diferentes, de questões pessoais ou outras frustrações das quais não temos culpa nem somos capazes de resolver…

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