segunda-feira, junho 22, 2009

Incómodo

Reconheço que são declarações pertinentes e incómodas. A Igreja Católica é uma instituição suprapartidária que está em excelente posição, pelo trabalho que desenvolve, para analisar este temática. O que importa é que não fique no ar a dúvida, porque incorrecta, de que ninguém tem feito nada para combater a pobreza, cuja dimensão varia em função da partidarização do tema e dos conceitos usados em estudos científicos, uns mais credíveis que outros. Aliás, continuo a pensar que é essa partidarização - marcada pela utilização abusiva, para fins eleitorais e partidários - o fenómeno da pobreza, transformada numa bandeira oportunista, que muitas vezes tem efeitos contrários aos desejados. Eu também acho que o poder, seja ele qual for, deve assumir, sem complexos o fenómeno da pobreza que existe em qualquer sociedade. Ainda recentemente o Eurostat deu conta que 79 milhões de cidadãos europeus estavam em 2007 em risco de pobreza e que mais 32 milhões de europeus estavam lá próximo! O que pode ser mau para o poder é não saber reagir a tempo e com eficácia no combate à pobreza, porque é para isso que as sociedades têm poder e confiam-lhe a responsabilidade pela decisão. Na certeza de que o combate contra as assimetrias sociais e a pobreza, não é obrigação reservada apenas ao poder. O último documento do INE sobre a pobreza em Portugal reporta-se a dados de 2007. Ainbda sobre este tema, recomendo o texto intitulado "NOVOS FACTOS SOBRE A POBREZA EM PORTUGAL", da autoria de Nuno Alves (Banco de Portugal, 2009), aqui.

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