Tenho da política uma perspectiva provavelmente diferente daquela que muitos têm. Para mim o pragmatismo é essencial. Usando uma figura frequentemente utilizada, direi que existem várias pontes para se atravessar um rio. Quando uma delas está tapada, isso não significa que deixemos de ir para a seguinte, ou para a seguinte, até podermos atravessar o rio. Tudo depende do que temos que fazer do outro lado, se existe interesse em atravessar o rio ou se podemos calmamente esperar que sejam criadas condições para que as pontes aparentemente mais usadas, reabram. E em política a última coisa que se pode perder é a esperança, porque não me parece que esta seja utilizada – embora isso aconteça – como um instrumento gerador de conflitos, confundindo-se questões pessoais com institucionais e/ou outras. E não se trata de submissão seja de quem for. Trata-se, repito, de ser pragmático, de tentar encontrar a tal “ponte”.
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