segunda-feira, junho 11, 2007

OTA: baralhada total? (I)

O futuro aeroporto de Lisboa a sul do Tejo, na localização defendida por Francisco Van Zeller, permitirá uma poupança de três mil milhões de euros face à sua construção da infraestrutura na Ota. Uma poupança que decorre, em grande medida, de nesta nova alternativa não haver custos tão elevados de terraplanagem como na Ota Segundo adiantou o presidente da Confederação da Indústria Portuguesa (CIP), após um encontro com o Presidente da República, parte substancial da poupança na nova localização advém da terraplanagem. As condições dos terrenos em Alcochete permitirão evitar uma grande parte dos 750 milhões de euros (em terraplanagem e montagem de estacas) que a construção na Ota implicaria. A poupança global com esta alternativa (que inclui a preparação dos terrenos e o sistema integrado de acessibilidades que seria necessário preparar para apoiar o novo aeroporto) situar-se-ia entre dois mil e três mil milhões de euros, de acordo com o presidente da CIP. Por outro lado, apontou Van Zeller, o prazo de construção seria reduzido em "pelo menos três anos". O estudo hoje apresentado ao Presidente da República, Cavaco Silva, propõe que o novo aeroporto se situe dentro dos limites do campo de tiro de Alcochete e da Zona das Faias. São identificadas seis zonas num espaço de 7.500 hectares, com uma localização avançada como preferível. Desta forma o novo aeroporto ficaria a uma distância de 28 a 36 quilómetros de Lisboa. "Alcochete está num sítio que torna todos os acessos mais económicos", considera Francisco Van Zeller. Após a audiência com Cavaco Silva, Van Zeller diz que "há uma grande coincidência de pontos de vista". O estudo foi apresentado ao primeiro-ministro na semana passada. José Sócrates já tinha conhecimento de que este relatório seria elaborado há três meses, tendo dado o seu apoio ao projecto de Van Zeller, esclareceu hoje o presidente da CIP. Uma das vantagens identificadas na localização em Alcochete prende-se com a oportunidade criada para as construtoras nacionais. "Uma empreitada inicial de 750 milhões de euros [na Ota] muito dificilmente iria parar a um empreiteiro português. Durante três anos as nossas empreiteiras não teriam nenhum trabalho. Ao fazer uma construção faseada tentamos que os empreiteiros portugueses tenham oportunidades. No caso de Alcochete é muito mais fácil ter orçamentos rigorosos que estão mais ao alcance das nossas empresas", disse Francisco Van Zeller. O mesmo responsável considera ainda que "está perfeitamente ao alcance do Estado fazer este aeroporto sem ser preciso uma grande alavancagem na privatização da ANA (fonte: Jornal de Negócios)

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