
“O ministro Manuel Pinho apresentou ontem os baixos salários que se praticam em Portugal como um dos factores de atracção para o investimento chinês e, com essa ideia politicamente incorrecta, acabou por desviar as atenções, pelo menos da opinião pública portuguesa, dos importantes acordos assinados durante a passagem de José Sócrates por Pequim. O responsável pela pasta da Economia e Inovação fez aquela declaração perante quase 300 empresários chineses e portugueses, reunidos num fórum destinado a fomentar os contactos bilaterais. Embalado por um espírito francamente eufórico - chegou a comparar as largas e ainda algo inóspitas grandes avenidas de Pequim com a nova-iorquina e cosmopolita Madison Avenue, "só que mais modernas e bonitas"... - Manuel Pinho não se coibiu de integrar os "baixos custos salariais face à União Europeia" como factor de competitividade da nossa economia e, logo, de atracção do capital chinês. Em Pequim, talvez nem tenham reparado nisso - o boom económico da China depende, de resto, maioritariamente dos magros salários -, mas a frase deixa perplexos os portugueses, que têm como um dos seus objectivos prioritários a convergência com a União Europeia”.
Realmente há cada bloco de cimento?
Sem comentários:
Enviar um comentário