sexta-feira, janeiro 22, 2016

Sondagem no JN: Marcelo na frente mas pode haver 2.ª volta

O candidato do Centro-Direita às presidenciais tem uma vantagem confortável na sondagem da Católica, mas está em queda. Sampaio da Nóvoa está em segundo.
Marcelo Rebelo de Sousa lidera destacado a corrida presidencial (52%), mas não é certo que consiga ser eleito à primeira volta. De acordo com uma sondagem da Universidade Católica para o JN, o adversário melhor colocado para um eventual tira teimas é Sampaio da Nóvoa (22%), que deixa Maria de Belém e Marisa Matias (ambas com 8%) a uma distância que parece já inultrapassável.
O trabalho de recolha do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião (CESOP) da Universidade Católica para o JN, DN, RTP e Antena 1, foi realizado no fim de semana passado e tem uma margem de erro de 1,7%. Isso significa que o limite mínimo do intervalo de confiança associado à percentagem de intenções de voto no candidato apoiado pelo PSD e CDS está nos 50%.
Um copo meio cheio, se se valorizar a leitura dos especialistas do CESOP, segundo os quais há uma "baixa probabilidade" de Marcelo ser forçado a uma segunda volta. Ou um copo meio vazio, se se tiver em conta que na sondagem efetuada no princípio do mês de dezembro (também em freguesias tipo, mas com uma amostra mais pequena e sem recurso ao voto em urna) o candidato do Centro-Direita marcava 62%.
Acresce que, segundo João António, o responsável técnico pela sondagem da Católica, há outro dado a ter conta que faz com que aumente a probabilidade de uma segunda volta: a experiência de sondagens pré-eleitorais anteriores indica que "o candidato vencedor teve sempre menos votos do que aquilo que as sondagens lhe atribuíam".
A cautela de João António quanto à possibilidade de uma eleição à primeira volta esbate-se quando se trata de apontar o adversário de Marcelo Rebelo de Sousa numa eventual segunda ronda: a menos que aconteça "um evento extraordinário", será António Sampaio da Nóvoa, o candidato independente que conta, entre os seus apoiantes, com boa parte da equipa socialista que rodeia António Costa. O antigo reitor da Universidade de Lisboa ultrapassa, de forma categórica, Maria de Belém (na sondagem de dezembro tinham, respetivamente, 15% e 14%).
A antiga ministra socialista está em queda, que poderá acentuar-se, uma vez que a recolha foi realizada ainda antes da polémica com a reposição da subvenção vitalícia dos políticos, que a então deputada subscreveu junto do Tribunal Constitucional. E correrá mesmo o risco de vir a ser ultrapassada por Marisa Matias, a eurodeputada do Bloco de Esquerda, que marca agora 8% e parece estar a fazer uma campanha em crescendo.
Nota ainda para o mau resultado do candidato comunista Edgar Silva (3%), que surge empatado com o independente Paulo de Morais.
FICHA TÉCNICA
Esta sondagem foi realizada pelo CESOP-Universidade Católica Portuguesa para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias nos dias 16 e 17 de janeiro de 2016. O universo alvo é composto pelos indivíduos com 18 ou mais anos recenseados eleitoralmente e residentes em Portugal Continental. Foram selecionadas aleatoriamente quarenta e cinco freguesias do país, tendo em conta a distribuição dos eleitores por distritos. A selecção aleatória das freguesias foi sistematicamente repetida até os resultados eleitorais das eleições anteriores nesse conjunto de freguesias (ponderado o peso eleitoral dos seus distritos de pertença) estivessem a menos de 1% dos resultados nacionais das quatro candidaturas mais votados. Os domicílios em cada freguesia foram seleccionados por caminho aleatório e foi inquirido em cada domicílio o próximo aniversariante recenseado eleitoralmente. Foram obtidos 3340 inquéritos válidos, sendo 58% dos inquiridos mulheres, 24% da região Norte, 20% do Centro, 37% de Lisboa, 12% do Alentejo e 8% do Algarve. Todos os resultados obtidos foram depois ponderados de acordo com a distribuição de eleitores residentes no Continente por sexo e escalões etários e região na base dos dados do recenseamento eleitoral e das estimativas do INE. A taxa de resposta foi de 68%*. A margem de erro máximo associado a uma amostra aleatória de 3340 inquiridos é de 1,7%, com um nível de confiança de 95% (jornalista Rafael Barbosa, do JN)

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