quarta-feira, janeiro 06, 2016

Parlamento da Venezuela já não tem mais a foto de Chávez

Poucas horas antes da posse dos novos deputados, a sala principal da Assembleia Nacional da Venezuela estava limpa, sem quaisquer alegorias chavistas que antes "decoravam" o Parlamento. Em uma foto divulgada no Twitter do deputado opositor eleito Miguel Pizarro, além do ambiente limpo, republicano, é possível notar a ausência mais ilustre: o enorme quadro do caudilho Hugo Chávez que assombrava a Assembleia Nacional foi retirado do púlpito.
A nova Assembleia Nacional da Venezuela toma posse nesta terça-feira, agora dominada por opositores do governo de Nicolás Maduro. Em vez de um cerimonial calmo, o dia no país é de manifestações contra e a favor do governo nas ruas, troca de acusações de ataques à democracia e com risco de violência. Pela primeira vez em 17 anos, os rivais da autointitulada "revolução bolivariana" controlarão a Assembleia Nacional. Os novos congressistas opositores prometem usar seu poder para fazer grandes mudanças, enquanto a situação liderada por Maduro pretende manter a firmeza e impedir qualquer retrocesso na "revolução" iniciada por Hugo Chávez.
Na semana passada, o Tribunal Supremo suspendeu a posse de três legisladores da oposição, em resposta a um pedido de partidários dos socialistas, que acusaram a oposição de manipular as eleições legislativas de 6 de dezembro. A decisão poderia eliminar a maioria de dois terços da oposição, necessária para tomar decisões importantes, como a destituição de altos funcionários ou realizar uma reforma constitucional.
O novo presidente do Congresso, Henry Ramos Allup, reiterou na segunda-feira a promessa de tomar o juramento de todos os legisladores e disse que Maduro deveria avaliar a possibilidade de renunciar para salvar a Venezuela de uma crise política. Ramos Allup é um político experiente, que começou a carreira antes da era de Chávez. A Venezuela é muito dependente do petróleo, que está em queda livre nos mercados internacionais. O país sofre com a inflação de três dígitos e a recessão econômica mais profunda do mundo (Veja)

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