terça-feira, janeiro 05, 2016

Banca: BES com prejuízo de 9,2 mil milhões de euros

O Banco Espírito Santo, bad bank, acaba de divulgar o relatório e contas de 2014. O balanço já era conhecido, mas foi agora atualizado. De acordo com o documento enviado à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BES registou um prejuízo de quase 9,2 mil milhões de euros. Mas a auditora KPMG alerta para o impacto nos prejuízos da transferência de 2000 milhões de euros de obrigações seniores para o passivo do banco “mau”. “No exercício foi apurado um resultado negativo de 9,2 mil milhões de euros, do qual cerca de 9 mil milhões dizem respeito ao período entre 1 de janeiro de 2014 a 3 de agosto de 2014, refletindo já os efeitos da transmissão de ativos decorrente da aplicação da medida de resolução e os ajustamentos decorrentes da avaliação independente aos elementos do ativo e elementos extrapatrimoniais transferidos para o Novo Banco”, lê-se no relatório. Já o prejuízo do período de 4 de agosto de 2014 a 31 de dezembro foi e 250 milhões de euros. A instituição que ficou com os ativos tóxicos do universo Espírito Santo, revela que uma larga fatia de ativos que permaneceu na sua esfera corresponde a créditos sobre empresas do Grupo Espírito Santo. “No total, foram reclamados créditos num total de cerca de 550 milhões de euros e de 13 milhões de dólares nestas jurisdições – Luxemburgo, Panamá e Suíça -, com origem em financiamentos, descobertos, garantias bancárias e operações de mercado monetário, em processos de liquidação, de insolvência e processos especiais de revitalização”. Os proveitos operacionais foram negativos em 118,4 milhões de euros e os custos operacionais fixaram-se em 131,5 milhões de euros. Buraco de 2,6 mil milhões de euros O BES apresentada um buraco nas contas superior a 2,6 mil milhões de euros. Este montante corresponde à diferença entre os ativos e os passivos na esfera da instituição liderada por Luís Máximo dos Santos. Na esfera do BES está um conjunto residual de ativos, identificado nas deliberações do Banco de Portugal sobre a resolução, como créditos sobre entidades do GES, “em geral de muito difícil recuperação, e três filiais, todas, por razões diferente, com situações muito complexas” (o Banco Espírito Santo Angola, com sede em Luanda, o Espírito Santo Bank, com sede nos Estados Unidos, e uma participação de 40% no capital do Aman Bank for Commerce and Investment, sedeado em Tripoli, na Líbia). Já nos passivos avultam responsabilidade perante os titulares de obrigações subordinadas e os passivos contingentes, bem como as responsabilidades perante a Oak Finance Luxembourg e, ainda, depósitos de entidades e pessoas relacionadas com o BES, como ex-gestores. Recorde-se que nestes resultados ainda não está contabilizada a transferência de 1985 milhões de euros em obrigações não subordinadas (seniores) do Novo Banco para o BES. “O reflexo contabilístico desta deliberação do Banco de Portugal implica um aumento de resultado negativo do BES, por contrapartida do seu passivo, no valor de 1985 milhões de euros”, explica a auditora KPMG na certificação legal das contas e relatório de auditoria. O bad bank tem a sua situação perante a Segurança Social regularizada (Dinheiro Vivo)

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