Considerando os resultados das regionais de 2024 e aplicando o método de Hondt às alternativas que serão indicadas, teríamos os seguintes resultados:
- Deputados eleitos normalmente – PSD (19) PS (11) JPP (9), CHEGA (4), CDS (2), IL (1) e PAN (1)
- Se considerássemos uma coligação PSD-CDS teríamos – PSD-CDS (21), portanto sem ganhos comparativamente à hipótese anterior, PS (11) JPP (9), CHEGA (4), IL (1) e PAN (1).
- Se considerássemos uma coligação PSD-CDS bem como a pretendida coligação de Cafofo (PS, JPP, PAN, IL e Bloco) teríamos – PSD-CDS (20), Coligação (23) e CHEGA (4).
- Finalmente, se considerássemos a mesma coligação desejada pelo PS, mantendo PSD e CDS não coligados, teríamos – PSD (19), CDS (1) e CHEGA (4).
Sucede que nas regionais de 2015, impulsionado pelo sucesso da coligação liderada pelo PS na Câmara do Funchal (2013), os socialistas, num processo que teve Vitor Freitas como principal mentor, concretizaram uma coligação para as regionais – as primeiras com o PSD-Madeira sem Alberto João Jardim na liderança – a qual viria a revelar-se catastrófica em termos políticos e de desfecho eleitoral. O desastre dessa aposta é fácil de entender, pelos números e pelo facto dos 6 deputados que viriam a ser eleitos em 2015, 5 deles terem sido todos socialistas. Eu recordo:
Lembro que nas regionais de 2011, os protagonistas da coligação de 2015 – PS, PTP, PAN e MPT – obtiveram os seguintes resultados:
- PS – 16.945 votos, 11,5%, 6 deputados
- PTP – 10.112, 6,9%, 3 deputados
- PAN – 3.125, 2,1%, 1 deputado
- MPT – 2.839, 1%, 1 deputado
Em termos totais, somaram 11 deputados, 33.021 votos e 21,5%. Votaram 147.344, 57,5% dos eleitores inscritos.
Depois, nas regionais de 2015, o desfecho desta coligação foi o seguinte:
- 14.574 votos, 11,4% e 6 deputados. Ou seja, comparativamente a 2011, a coligação liderada pelo PS perdeu 18.447 eleitores, menos 10,1% e mantendo os mesmos 67 lugares que o PS, sozinho, tinha obtido 4 anos antes!
Votaram 127.545, 49,7% do total dos eleitores inscritos, pela primeira vez a abstenção superou os 50% em eleições regionais. O trauma deste desastre eleitoral ficou e o PTP acabou por ser quem mais se queixou do desfecho da aposta, ao eleger apenas 1 deputado apesar de ter “metido” três nomes nos primeiros 10º lugares da lista da coligação.
De facto, recordo, José Manuel Coelho era 4º, Raquel Coelho do PTP era 7º, Roberto Vieira do MPT era 8º e Quintino Costa do PTP era 10º na lista de candidatos da coligação. No acordo não se verificou qualquer regra de rotatividade parlamentar. O PTP, ao perder o estatuto de grupo parlamentar que alcançara em 2011, deixou de ter o seu espaço preferido e que mediaticamente sabia aproveitar enquanto teve vários deputados eleitos no parlamento regional.
Basicamente a coligação não conseguiu ganhar qualquer voto útil junto do eleitoral de esquerda que manteve PCP e Bloco com 4 deputados e quase 13 mil votos e 9,3% dos votos (LFM)
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