terça-feira, julho 14, 2020

PIB da Madeira pode diminuir entre 16% e 20% já este ano, diz Pedro Calado

O governante realçou que a estratégia de futuro vai passar pela construção de uma economia menos dependente do setor da construção e do turismo. O Vice-Presidente do Governo Regional da Madeira, Pedro Calado, afirmou na passada segunda-feira, durante uma apresentação do Orçamento Suplementar da Região, que a redução do PIB da Madeira pode variar entre os 16% e os 20% já este ano.
“Temos uma economia pequena que depende em quase 60% de dois setores de atividade: a construção e obras públicas e o setor do turismo (cerca de 26,6% do PIB)”, salientou. Desta forma, o governante explicou que num cenário de perda de 16% do PIB o desemprego pode crescer dos 7%, onde se situava no final de 2019, até aos 12%. No cenário mais agressivo, de diminuição de 20% do PIB, este pode mesmo chegar aos 17%, ainda este ano. Pedro Calado realçou que a estratégia de futuro vai passar pela construção de uma economia menos dependente do setor da construção e do turismo. O objetivo é “fazer com que estes setores continuem a crescer, mas que se criem alternativas, sobretudo na área do conhecimento, da investigação, e noutras áreas que permitam à Madeira ter outros tentáculos de desenvolvimento”.

Orçamento de 2021
Para o Orçamento da Região de 2021, que deverá ser apresentado em outubro deste ano, o governante sublinhou que o Executivo regional quer criar condições para que a Madeira seja atrativa em matéria fiscal para novos investimentos, quer nacionais, quer internacionais.
“A Madeira não tem condições para manter o seu posicionamento e a sua independência financeira, se mantivermos o mesmo quadro fiscal que temos neste momento. Estamos a falar apenas de uma redução até 30% dos valores já definidos a nível nacional, isso não chega. Aquilo que vamos fazer já para o Orçamento de 2021 é tentar criar condições para que a Madeira possa progredir de uma forma mais autónoma em termos fiscais”, referiu.
Questionado sobre um possível agravamento dos impostos, o Vice-Presidente do Governo Regional frisou que está fora dos planos qualquer agravamento fiscal. Aliás, disse ainda que o objetivo é precisamente o contrário: reduzir a carga fiscal para que se consiga atrair investimento.
“Nós não podemos criar incentivo à produção aumentando os impostos, o nosso objetivo será bem diferente, temos de reduzir os impostos para tornar o mercado mais apetecível. E, se assim acontecer, temos a certeza de que as empresas investirão aqui na Região, produzirão mais aqui na Região, vão criar mais postos de trabalho, vai haver mais massa monetária em circulação, as pessoas vão ter o seu rendimento disponível e isso sim faz com que a economia volte a crescer novamente, como nós tínhamos vindo a fazer até aqui”, salientou.
O governante realçou, sobre este assunto, que tem pedido à República que ajude a Região a criar condições para que seja possível fazer este caminho.
Novo Hospital da Madeira
Relativamente à obra do Novo Hospital da Madeira, Pedro Calado explicou que o valor que estava estipulado para o concurso, de 205 milhões de euros, revelou-se insuficiente dada a situação atual de pandemia, em que muitas empresas foram afetadas. O concurso que terminou há um mês atrás ficou deserto, pelo que agora será necessário lançar um novo concurso.
O governante referiu que o concurso ficará terminado ainda este ano para que a obra possa começar no início do próximo ano.
“Não vamos pôr em causa a obra do Novo Hospital, não é posto em causa o financiamento que já estava assegurado e que se vai manter assegurado. Nós vamos sim tentando arranjar soluções e vamos encontrar soluções para todos os obstáculos que nos forem surgindo ao longo do caminho”, destacou, acrescentando que “com Covid ou sem Covid, vai haver o Novo Hospital da Madeira” (Jornal Economico, texto da jornalista Laura León)

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