quarta-feira, julho 08, 2020

Covid-19: Três quartos das pessoas que vivem com um infectado podem desenvolver imunidade

Até três quartos das pessoas que vivem na mesma casa com um paciente infectado com a Covid-19, podem vir a desenvolver uma «imunidade silenciosa», sem precisar de anticorpos para o efeito, de acordo com um novo estudo citado pelo ‘Daily Mail’. O número de pacientes que já sofreram da doença pode ter sido subestimado, isto porque os testes procuram anticorpos específicos no sangue, e não as células T de ‘memória’ do corpo que combatem infecções, segundo os especialistas. O estudo, realizado no Hospital Universitário de Estrasburgo, em França, analisou sete famílias, visto que os seus exames de sangue eram incomuns e descobriu que em oito pessoas, seis que vivem com portadores do vírus, apresentaram resultados negativos para a presença de anticorpos no sangue. Contudo, quando foi realizado o teste para a imunidade das células T, os cientistas descobriram que as pessoas em questão tinham realmente sofrido com a Covid-19, apresentando sintomas leves. Isto significa que as pessoas estiveram infectadas sem saber e desenvolveram a tal «imunidade silenciosa», que apenas é confirmada através da análise das células T e não dos anticorpos.

«Os nossos resultados sugerem que os dados epidemiológicos baseados apenas na detecção de anticorpos SARS-CoV-2 podem levar a uma subestimação substancial da exposição ao vírus», disse a especialista Samira Fafi-Kremer.
O estudo envolve uma amostra pequena e ainda não foi  revisto por pares, mas está a ser analisado de perto pelos imunologistas. O especialista Danny Altmann, do Imperial College e da Sociedade Britânica de Imunologia, disse que existiam evidências crescentes de que a imunidade à Covid-19 parece ser incomum, uma vez que algumas pessoas estão a demonstrar imunidade apenas a partir das células T». Actualmente, estima-se que até 10% da população possa ter imunidade ao vírus, com base em testes que detectam anticorpos no sangue gerados pelas células B. No entanto, as células T são a maior arma do organismo, libertada a partir de glóbulos brancos na medula óssea, que matam o vírus num altura em que o sistema imunológico mais precisa (Executive Digest, texto da jornalista  Simone Silva)

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