quinta-feira, abril 11, 2019

Relatório da OCDE recomenda políticas de protecção da classe média

Para uma maior igualdade dos sistemas socio-económicos, diz a OCDE que as políticas precisam de olhar mais e melhor para os trabalhadores e famílias de classe média diante dos cada vez mais prementes desafios económicos. A classe média é a mais importante para o crescimento económico. Com os rendimentos a crescerem pouco e o custo de vida a subir, em muitos países que integram a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico este estrato social está a ser negligenciado. Um estudo revela que nos últimos 30 anos diminuiu 3%. Numa realidade assim, a classe alta ganha mais influência no sistema político mas há outras consequências. Em Portugal, a maioria da população está na classe média. A percentagem dos mais desfavorecidos e dos que tem rendimentos mais altos é significativa mas não sustenta o problema, que é os gastos das famílias continuarem a ser mais altos que os salários. Entre 2005 e 2015, o estudo da OCDE revela um aumento de salários de 0,6%, mas para um crescimento nos gastos de 6,6%. Com as famílias a gastarem mais do que ganham, as perspetivas de emprego que são cada vez mais instáveis, e com a habitação a ser três vezes mais cara que o rendimento médio, os resultados são uma redução da capacidade de economizar e em muitos casos o sobreendividamento, mas também uma classe média espremida e sob grande pressão. Mas o relatório lança também apelos aos governos, como uma melhor proteção social e um melhor e maior acesso aos serviços públicos. Para resolver problemas de custos de vida, a redução de impostos é sempre uma ajuda e, em relação à habitação, o alívio de hipotecas ou o apoio financeiro a empréstimos. O investimento deve focar-se nos sistemas de ensino e na formação vocacional, na resposta ao empregos cada vez mais temporários ou instáveis.

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