Tratou-se, em 11 de Março de 1975, de uma
assembleia de 200 militares que decidiram os destinos do país em pontos
fundamentais como a nacionalização da banca e de grande parte da indústria. A
gravação integral da assembleia esteve a aguardar publicação durante 44 anos e
para a generalidade do público mais informado e da comunidade científica era
dada como perdida. Vê agora a luz do dia, ajudando a esclarecer dúvidas
importantes sobre essa assembleia que decidiu a política de nacionalizações, a
marcação das primeiras eleições livres em quase meio século, a criação do
Conselho da Revolução e do IV Governo Provisório. A revolução portuguesa foi,
com raras excepções, um processo incruento. Chegou a discutir-se na assembleia
a eventualidade de aplicar a pena de morte contra militares que tinham tomado a
iniciativa de bombardear o Ralis e causar derramamento de sangue numa das
unidades mais emblemáticas da revolução. Essa proposta foi contrariada por
participantes da assembleia, como o presidente Costa Gomes ou o militar
gonçalvista Cabral e Silva, acabando por ser rejeitada.
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