domingo, agosto 19, 2018

Sporting: os eternos problemas de um clube ainda refém de estatutos sociais

O problema do Sporting é que era um clube refém de uma sucessão quase dinástica de uma espécie de "aristocratas" que gostavam de bola. Ganhava quando dava, perdia quando tinha que perder, mantinha uma postura de se recolocar à margem de polémicas enquanto os rivais iam ganhando e manipulando com jogadas às claras ou nos bastidores. Só que tudo isto mudou com os anos, sobretudo depois do 25 de Abril, e o Sporting da "aristocracia" passou a abrir-se mais à sociedade, promovendo  a "plebe" a lugares que antes estavam vedados. Com os anos essa plebe promovida passou a ter uma ascendência no clube, a tomar conta do processo de decisão, a conquistar pela via eleitoral os lugares de maior destaque e de acrescida notoriedade. O Sporting hoje é isso mesmo, fruto desse conflito, não geracional, mas antes social, protagonizado por uma espécie de casta de iluminados que se julgavam (e ser julgam, alguns resquícios) donos do clube e que por isso reagem desesperados quando percebem que estão a perder espaço e vencimentos e pelas massas anónimas de associados em número crescente. Nesta massificação de um clube que era tido como dos "viscondes" e dos "croquetes" aparecem estes Brunos de Carvalho e muitos outros aparecerão.
O Sporting vai continuar igual a si próprio, refém de uma corja de escroques ambiciosos que usam o mediatismo que o futebol lhes propicia - todos eles levando a reboque meios de comunicação social submissos, sem qualidade, que vivem da especulação e da manipulação, e que à falta de um jornalismo eticamente sério perdem tempo com estes merdas que conspurcam o futebol, ignorando que tudo tem a ver com o facto desses oportunistas e bandidos ganharem milhares por cima da mesa mais alegadamente outros milhares que recebem  em golpadas e negociatas obscuras por baixo da mesa.
É por isso que os novos "donos" do Sporting podem ter metido água e se apoderado do poder - quiçá o único propósito desses "croquetes" e "viscondes" de segunda e terceira categoria que na sua ânsia de protagonistas de uma história cuja verdade continua por contar, acabam por cometer ilegalidades processuais que alimentam a reacção furiosa e agreste de derrotados e de bandidos oportunistas que usam o futebol e o Sporting para encherem a pança - fala-se em milhões em vencimentos, prémios e comissões que ficaram a voar com processo de destituição. Aliás, acho estranho que os novos donos do Sporting não tenham até o momento colocado em causa nada que se relacione com a gestão do Presidente destituído e nem a patetice da auditoria em curso justifica o silêncio que funciona a favor dos derrotados. Enquanto o Sporting não se libertar desta gente, de uns e outros, vai continuar a ser um clube de derrotados, de enganados, de gente menor e sem classe e categoria para estarem onde estão.
O Sporting é diferente? Do quê? De quem? A única diferença é que leva séculos a ganhar um campeonato nacional e ciclicamente anda a roçar a ameaça de falência financeira. Só se for por isso. Se ganhassem títulos e beijasse a ameaça de falência financeira até era porreiro. Agora, ter uma mão vazia e outra cheia de coisa nenhuma é deprimente. Mas este é o meu clube de coração. (LFM)

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