terça-feira, agosto 28, 2018

Desabafo: cada vez mais a política exige presença no terreno

Será que alguém entende que a política não se faz sentados no sofá e produzindo comunicados, mas com uma presença constante no terreno, junto das pessoas, mantendo o partido mobilizado? A um ano de eleições, um ano triplamente eleitoral, não há férias para ninguém. Uma sugestão: comecem por fazer o seguinte, e urgentemente: convoquem os militantes do PSD - não os dirigentes locais porque esses geralmente são mais papistas que o Papa - para reuniões de trabalho abertas e francas, deixem-nos falar livremente para que então percebam em que estado estão, de facto, as estruturas partidárias quando elas são mais necessárias do que nunca. E depois de uma reflexão séria e pragmática tomem as decisões.
E não se esqueçam, que um político (ou uma política) não precisa de ter uma equipa muito política ao seu lado. Basta que quem lidera essa equipa, por exemplo num município, tenha a argúcia que os políticos precisam de ter. Ora parece-me que há quem no PSD-Madeira esteja a desvalorizar determinadas situações em concreto, acontecidas depois das autárquicas de 2017, que na realidade estão a afundar ainda mais as perspectivas de reversão eleitoral e política de uma realidade que não pode ser escamoteada e muito menos gerida com base na intriga, em ajustes de contas pessoais, na promoção forçada de novas castas de iluminados locais, impreparadas e ainda com muito para aprender no terreno, ou com vingançazinhas tontas, mais ou e os agridoces,  paridas nos quintalinhos do costume, controlados por insignificantes (em termos sociais) e pequenos grupos de intriguistas que se movem vaidosamente nas freguesias ou nos concelhos como se fossem os novos monarcas políticos da zona.
E se realmente apoiam Miguel Albuquerque e a sua recandidatura que será oficializada no congresso social-democrata no final do ano - e reafirmo que estou 100% com o Miguel, embora admita que precisa de ser mais e melhor ajudado para estes desafios de 2019 que serão desgastantes -  então é bom que percebam que ele precisa de um partido realmente operacional, presente, mobilizado, estabilizado - na realidade, não na ficção que por vezes se vende - um partido capaz de resolver rapidamente os seus problemas internos, particularmente nas freguesias e nos concelhos, que o têm afectado negativamente, e que deixem de colocar as suas ambições pessoais, que sendo naturais e legítimas, não podem contudo gerar menos-valias e provocar maiores dissidências ou distanciamentos. Eu lembro-me de tempos, ainda recentes, em que muitas pessoas abertamente mediam -  e descaradamente o assumiam - a dimensão do seu envolvimento e do seu empenho político apenas em função dos lugares prometidos a amigos e de posições em listas de candidatos. Sei como tudo isso funciona, não critico, acho humano, mas a verdade é que os tempos hoje, na óptica do PSD-M, são diferentes do que eram no passado recente e os desafios eleitorais assumirão, em 2019, uma dimensão tal que deles dependerá muita coisa, incluindo o futuro político de pessoas. Não há, não pode haver tolerância com a mesquinhez, a mediocridade, a vaidade, a disputa pessoal, a inveja ou a cagança seja de quem for. Basta a intriga palaciana que vai continuar, e que desgasta imenso, porque regra geral ela tem por objectivo destruir ou denegrir a imagem de pessoas. E se o mal não for cortado pela raiz, ele contaminará de forma acelerada e agressiva toda a estrutura partidária, pondo em causa um legado que, com os seus defeitos e virtudes, mais estes que aqueles, com as duas vitórias ou derrotas, mais aquelas que estas, é património que não envergonha, não pode envergonhar seja quem for (LFM)

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