quinta-feira, outubro 12, 2017

Televisão: jornalistas usados por advogados e políticos e comentadores beneficiados do espaço mediático

Muito sinceramente eu acho que é tempo dos jornalistas darem um murro em cima da mesa - se é que ainda há dignidade para isso. Um conferência de imprensa é um diálogo, não um monólogo. Se querem divagar, se querem perorar idiotices, se querem apenas divulgar comunicados sectários que não passam da visão sectária  de advogados e acusados, enviem a papelada para as redacções que depois serão objecto de tratamento jornalístico.
Transformar os jornalistas em sopeiros, repito, de sopeiros, de vaidades pessoais, de caganças sociais, de manipulações disfarçadas (mal) e de ambições mediáticas - aliás na política é o mesmo - isso é um insulto. Espanta-me que os jornalistas, perante as repetidas situações, e apesar da complexidade e da precariedade existente no sector nos dias que correm - eu sei isso tudo - continuem aceitando pacificamente fazer esse papel ridículo de meros sopeiros, repito e insisto, de sopeiros, de políticos, advogados, banqueiros, seja quem for.
Outra questão: desafio os meios de comunicação sobretudo as televisões, a deixarem de dar espaço a advogados que usam essa projecção mediática em seu benefício e dos seus gabinetes. Encher a pança com milhões como acontece em Lisboa com vários gabinetes de advogados - tudo a reboque de participações em programas de televisão ou da presença como comentadores (quase exclusivos) sempre que a justiça é debatida, é uma vergonha que pode revelar uma estranha cumplicidade entre jornalismo e advocacia, pelo menos alguns dos gabinetes mais conhecidos, propriedade de alguns dos mais mediatizados advogados. Os efeitos disso? Nas facturas finais dos trabalhos...
As televisões que passem a usar jornalistas dos seus quadros licenciados em direito, facilitem a sua valorização profissional e e especialização em áreas mais necessárias da advocacia e certamente que tudo mudará de figura.
Até nos programas desportivos são os advogados a terem espaço exclusivo, durante anos, com vantagens pessoais e profissionais inegáveis, além do que as televisões lhes pagam. E não é nada pouco, podem acreditar
O caricato de tudo isto é que basta vermos também programas de economia nas televisões e o problema é o mesmo, neste caso por vezes com a cumplicidade de  jornalistas competentes, licenciados em economia ou finanças e que não precisam de bengalas para mostrarem o que sabem e ganharem credibilidade.
Serás que as televisões poderiam divulgar a lista de todos os seus comentadores e colaboradores permanentes externos e de quais as personagens que são sempre convidadas para comentários em estúdio, tudo isto em função do tema em análise? Seria interessantíssimo. Garanto que sim. (LFM)

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