Pessoas são marcadas como os Judeus eram marcados no
campo de concentração nazista durante a segunda guerra mundial. e vendem até a
roupa do corpo para comprar comida no país que virou um inferno na Terra. Durante
décadas, os empregos na gigante estatal petroleira venezuelana PDVSA foram
cobiçados pelos salários acima da média, os benefícios generosos e o crédito
barato, que tornava casas próprias e férias no exterior algo ao alcance de
muitos trabalhadores. Hoje, diante da economia afundada em crise da Venezuela,
até os funcionários da PDVSA estão tendo dificuldades para pagar tudo, de
alimentos a passagens de ônibus e despesas escolares, já que a inflação de três
dígitos devora a renda.
Eles estão penhorando bens, estourando os cartões de
crédito, fazendo bicos e até vendendo uniformes da petroleira para comprar
comida, de acordo com entrevistas feitas pela Reuters com duas dezenas de
funcionários, familiares e líderes sindicais. "Todo dia um trabalhador da
PDVSA vem vender seu macacão", disse Elmer, ambulante no maior mercado da
cidade de Maracaibo, enquanto clientes olham o arroz caro e a farinha importada
da vizinha Colômbia. "Eles também vendem botas, calças, luvas e
máscaras".
O grosso dos cerca de 150 mil funcionários da estatal
ganha o equivalente a algo entre US$ 35 e US$150 por mês, mais US$ 90 em
vales-refeição, segundo cálculo baseado na taxa de conversão do mercado negro.
Ainda é mais do que muitos venezuelanos, mas não o suficiente, dizem os trabalhadores.
"Às vezes deixamos as crianças dormirem até o meio-dia para economizar no
café da manhã", disse um funcionário de manutenção que trabalha nas
margens do Lago de Maracaibo, área tradicional de produção de petróleo da
Venezuela próxima da fronteira colombiana. Ele disse que perdeu cinco quilos este ano por estar
se alimentando menos. O fardo da crise econômica está amplinado as ausências
dos trabalhadores e a fuga de talentos, além de afetar a eficiência da
indústria, responsável por mais de 90% da renda de exportação do país. "A
maioria de nós não é tão produtivo quanto costumava ser, porque estamos mais
dedicados a como sobreviver economicamente", disse o funcionário de
manutenção, falando sob condição de anonimato por medo de represálias (aqui)
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