“BRANQUINHO - Conhecem-se
desde a década de 1990. Branquinho fez a segunda campanha do PSD em Valongo
nesses anos e o seu universo de empresas de comunicação teve contratos com a
autarquia. Em 1999, comprou até um lote de terreno com mais de 1597 m2 num dos
maiores empreendimentos do município, a Quinta da Lousa, por 10387 escudos
(cerca de 52 mil euros). Têm estado quase sempre do mesmo lado nas lutas
distritais no PSD/Porto, mas não no partido. Só Passos os uniu. "Sou um
estruturalista, tenho gavetas: não confundo a gaveta da amizade com a da
política ou a da vida empresarial". Quando saiu da Ongoing e regressou do
Brasil, Branquinho foi para a comissão executiva da Santa Casa da Misericórdia
do Porto, onde é provedor o amigo de ambos, António Tavares. É Secretário de
Estado da Segurança Social, cargo no qual substituiu Marco. Na última
declaração de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional, em 2013, faz
referência a várias propriedades e a uma quota na Quinta dos Sete Sonhos, em
São João da Pesqueira. Tinha cerca de 138 mil euros em poupanças. Aguardava uma
ação de reconhecimento de crédito pessoal num valor superior a 150 mil euros no
Brasil e Portugal e também um prémio de gestão da Ongoing, cujo valor estava em
negociação. Da Ongoing recebeu, em 2012, um valor superior a 150 mil euros.
MIGUEL SANTOS - Estudou no Colégio Alemão do Porto. Deputado, é
vice-presidente da bancada do PSD no Parlamento, dirigente do PSD/ Porto e
diretor do Povo Livre desde o último congresso, cargo que lhe permite controlar
a publicação das convocatórias das eleições nas distritais e concelhias. Miguel
foi adjunto de Fernando Melo em Valongo e depois seguiu Marco. Foi
administrador da Agência de Investimentos de Gaia e diretor da Inovogaia.
Miguel é ainda líder do PSD/Valongo e um seguidor como MAC gosta: disponível 24
horas por dia. A companheira foi juíza no Tribunal de Valongo. A sogra,
Trindade Vale, é vereadora e presidente da Associação para o Desenvolvimento
Integrado de Ermesinde (ADICE), na qual Miguel é "vice".
BOLOTA BELCHIOR - Advogado. Foi sócio de Marco, a quem tem
arrendadas salas do escritório, em frente à Câmara de Gaia. Nas declarações ao
Tribunal Constitucional, em 2005, Marco falava de um contrato de arrendamento
por oito anos, mas omitia o valor da renda. A sociedade de advogados de Bolota
tem uma parceria com o escritório de Nobre Guedes e Mota Soares, do qual saiu o
Ministro da Solidariedade, Emprego e Segurança Social, Pedro Mota Soares. No escritório trabalha ainda um amigo de Marco e
Bolota: Reis Martins, que trabalhou na Polícia Judiciária durante 28 anos, até
2006. Foi quadro superior de investigação criminal, docente do Instituto
Superior de Polícia Judiciária e Ciências Criminais e subdiretor nacional
adjunto da PJ. Entrou para este último cargo em plena fervura do caso
"Apito Dourado" e, segundo o Correio da Manhã, saiu na sequência de
um processo disciplinar. Belchior trabalhou no Hospital de Valongo com Fernando
Melo, antigo autarca de Valongo. Tratavam-se por primos. Seguiu depois com ele
para a Câmara, em 1994, onde ainda se mantém avençado. Entre 2010 e 2013, terá
recebido da autarquia verbas a rondar os 315 mil euros. Conhe ceu Marco quando
o então jovem social--democrata trabalhava em Valongo para o controverso
industrial "Mirita" Silva, assassinado a tiro. Nos últimos dois anos,
entre contratos com autarquias PSD/ CDS, a Trofáguas, Estradas de Portugal e o
Centro Hospitalar de Gaia ganhou mais de 289 mil euros. Vários estagiários de
Direito na Câmara de Valongo passaram pelo escritório dele. Um dos últimos foi
Carlos Teixeira, ex-vereador da autarquia e comandante dos bombeiros de
Ermesinde, amigo de longa data de Marco. Foi ele quem, em dezembro de 2003,
aprovou o licenciamento do polémico hospital privado São Sebastião.
VIRGÍLIO MACEDO - É deputado e líder do PSD-Porto. Foi revisor
oficial de contas (ROC) em Valongo e Gaia antes, durante e depois da passagem
de Marco por essas autarquias. Agora, é a sociedade da qual se desligou
formalmente, que está nesses municípios. É fiscal único da PMV Policlínica,
empresa que gere o hospital privado São Martinho, em Valongo, do qual Branquinho
foi consultor, e cujo licenciamento está ferido de ilegalidades, conforme
concluiu o Ministério Público. O administrador dessa unidade hospitalar,
Joaquim Teixeira foi pronunciado por corrupção ativa. Teixeira foi, em tempos,
administrador da NTM com a ex-mulher de Branquinho. Criada pelo governante em
2007, a empresa foi declarada insolvente em 2012. Virgílio Macedo chegou a ser
ROC da sociedade, cuja sede social se transferiu para Valongo, em 2007,
dividindo o escritório com a PMV, do hospital privado.
TRINDADE VALE - Vereadora do PSD em Valongo, é sogra de Miguel
Santos. Presidente da ADICE, é também coordenadora do secretariado distrital
feminino do PSD-Porto. Trindade é madrinha de uma das filhas de Marco António.
De resto, era vista a ir buscá-las à escola numa viatura da autarquia, havendo
uma denúncia no Ministério Público sobre o assunto. Trindade foi um apoio muito
importante do ponto de vista familiar quando Marco se separou da primeira
mulher, natural de Valongo.
FERNANDO PINTO - É um dos mais antigos colaboradores de Marco.
Antigo porteiro da discoteca Romano ´s, foi também segurança da discoteca
Estado Novo e do hipermercado E.Leclerc. Conhecido por "Nando
Cabanelas", continua funcionário da autarquia, onde entrou como motorista
com contrato a termo em 1996. Ali coordenou os serviços de segurança e
vigilância. Teve vários louvores e prémios de mérito. Fruto de várias
requisições de "interesse público", tem acompanhado Marco António há
quase vinte anos (texto do jornalista da Visão, Miguel
Carvalho publicado na revista de 25 de
junho, com a devida vénia )
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