Escreve o Jornal I: "Teresa Leal Coelho diz que foi avisada de que a sua segurança poderia ficar em causa por afrontar a maçonaria. Maçons ficaram surpreendidos com a declaração. António Reis, ex-grão-mestre do Grande Oriente Lusitano (GOL), assume que ficou "espantadíssimo" com a declaração de Teresa Leal Coelho. A vice-presidente do PSD disse que já foi avisada de que as posições que tem assumido sobre a maçonaria podem pôr em causa a sua segurança. Numa entrevista ao "Expresso", a deputada social-democrata - que tem defendido que os maçons que exercem cargos públicos devem ser obrigados a assumir-se - diz que já "houve quem a aconselhasse a não meter o dedo na ferida", porque poderia "pôr a segurança em causa".
"Gostava de lembrar que o director do jornal atingido no atentado de Paris disse um dia que não tinha mulher, nem filhos, nem cartão de crédito, e por isso não tinha medo. Eu prefiro dizer apenas que não tenho medo", acrescenta a deputada do PSD, numa entrevista publicada neste fim-de-semana. A afirmação surpreendeu os maçons. "Fiquei espantadíssimo com essa declaração da deputada Teresa Leal Coelho. Os maçons foram sempre vítimas e nunca responsáveis por atentados", diz ao i António Reis, ex-grão-mestre do GOL. António Arnaut reage no mesmo tom contra o que classifica como "um insulto contra a instituição maçónica e todos os maçons portugueses". E acrescenta: "Eu sinto-me ofendido. Sou um cidadão pacífico. Ela que tenha medo dos fascistas e da extrema-direita. Não tem razão nenhuma para ter medo dos maçons, que são adversários da violência." José Manuel Anes, ex-grão-mestre da Grande Loja Regular de Portugal e ex- -presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, vê nas palavras da deputada social--democrata "mais imaginação do que realidade". Anes considera, porém, que a declaração de Leal Coelho é "ultrajante e difamatória" e lamenta que não haja "mais bom senso".
MAÇONS DEVEM ASSUMIR-SE?
Leal Coelho, vice-presidente do PSD e deputada na Assembleia da República, defende há algum tempo a necessidade de os políticos declararem as suas ligações a organizações como a maçonaria. "É preciso criar condições para que os titulares de cargos políticos não estejam reféns de ligações ocultas", dizia Leal Coelho ao "Expresso" em Abril do ano passado. Uma proposta que nunca chegou a avançar no parlamento. Os maçons são contra. "Não vejo razão nenhuma para que os maçons sejam obrigados a assumir-se [...] Isso é uma porta aberta para que as sociedades democráticas abram brechas. Estou de acordo que os maçons se assumam se assim o entenderem, mas sou frontalmente contra a obrigatoriedade da declaração de ser maçom", disse, em entrevista ao i, em 2012, o grão- -mestre do GOL, Fernando Lima. António Arnaut também considera que "não há nenhuma razão para obrigar" os maçons a declarar que o são. "Eu preconizo que os maçons devem, se for possível, assumir-se, mas não devem ser obrigados a fazê-lo. Ser-se maçom é uma honra. Não é maçom quem quer", diz o ex-ministro dos Assuntos Sociais. António Reis tem a mesma posição. "As pessoas devem ter a liberdade de declarar ou não. Não podem é ser obrigados." José Manuel Anes considera que "quem puder e quiser" deve assumir-se, mas, "se fosse obrigatório, violaria a Constituição da República".
"Gostava de lembrar que o director do jornal atingido no atentado de Paris disse um dia que não tinha mulher, nem filhos, nem cartão de crédito, e por isso não tinha medo. Eu prefiro dizer apenas que não tenho medo", acrescenta a deputada do PSD, numa entrevista publicada neste fim-de-semana. A afirmação surpreendeu os maçons. "Fiquei espantadíssimo com essa declaração da deputada Teresa Leal Coelho. Os maçons foram sempre vítimas e nunca responsáveis por atentados", diz ao i António Reis, ex-grão-mestre do GOL. António Arnaut reage no mesmo tom contra o que classifica como "um insulto contra a instituição maçónica e todos os maçons portugueses". E acrescenta: "Eu sinto-me ofendido. Sou um cidadão pacífico. Ela que tenha medo dos fascistas e da extrema-direita. Não tem razão nenhuma para ter medo dos maçons, que são adversários da violência." José Manuel Anes, ex-grão-mestre da Grande Loja Regular de Portugal e ex- -presidente do Observatório de Segurança, Criminalidade Organizada e Terrorismo, vê nas palavras da deputada social--democrata "mais imaginação do que realidade". Anes considera, porém, que a declaração de Leal Coelho é "ultrajante e difamatória" e lamenta que não haja "mais bom senso".
MAÇONS DEVEM ASSUMIR-SE?
Leal Coelho, vice-presidente do PSD e deputada na Assembleia da República, defende há algum tempo a necessidade de os políticos declararem as suas ligações a organizações como a maçonaria. "É preciso criar condições para que os titulares de cargos políticos não estejam reféns de ligações ocultas", dizia Leal Coelho ao "Expresso" em Abril do ano passado. Uma proposta que nunca chegou a avançar no parlamento. Os maçons são contra. "Não vejo razão nenhuma para que os maçons sejam obrigados a assumir-se [...] Isso é uma porta aberta para que as sociedades democráticas abram brechas. Estou de acordo que os maçons se assumam se assim o entenderem, mas sou frontalmente contra a obrigatoriedade da declaração de ser maçom", disse, em entrevista ao i, em 2012, o grão- -mestre do GOL, Fernando Lima. António Arnaut também considera que "não há nenhuma razão para obrigar" os maçons a declarar que o são. "Eu preconizo que os maçons devem, se for possível, assumir-se, mas não devem ser obrigados a fazê-lo. Ser-se maçom é uma honra. Não é maçom quem quer", diz o ex-ministro dos Assuntos Sociais. António Reis tem a mesma posição. "As pessoas devem ter a liberdade de declarar ou não. Não podem é ser obrigados." José Manuel Anes considera que "quem puder e quiser" deve assumir-se, mas, "se fosse obrigatório, violaria a Constituição da República".