sábado, agosto 09, 2014

Sondagem: Portugueses estão com Passos - stado não deveria ajudar GES e BES tem de ir para privados


Segundo o Jornal I, “se há coisa em que os portugueses estão de acordo com o primeiro-ministro é que não tem de ser o Estado a resolver os problemas financeiros do Grupo Espírito Santo (GES). A sondagem i/Pitagórica realizada dias antes de ser conhecida a solução para o futuro do BES conclui que 63,7% aprovam a posição de Passos Coelho quanto à crise no GES: 34,3% "concordaram totalmente" e 29,4% disseram "concordar". Entre os inquiridos, 20,2% discordaram de Passos, considerando que o Estado não deveria ser alheio à resolução dos problemas do grupo e 9,9% disseram não ter opinião formada sobre o assunto.Na passada semana, quando o trabalho de campo desta sondagem foi realizado, ainda não estava definido ao certo o futuro do BES, mas o primeiro-ministro e a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, já haviam defendido que não passaria por uma nacionalização - afastando um cenário idêntico ao que aconteceu com o BPN. Nessa altura, os inquiridos disseram estar também de acordo com o governo nesta matéria: 59,1% disseram ser contra a nacionalização do Banco Espírito Santo. E só 19% se mostraram a favor desta solução. Os dados mostram ainda que 21,9% disseram não querer ou não saber responder.
ANTECIPAÇÃO DE UMA SOLUÇÃO
Mas então o que defendiam os portugueses para o BES antes da solução apresentada no passado domingo pelo governador do Banco de Portugal? A venda a um grupo internacional era a solução defendida por mais de metade dos portugueses (51,8%). Por outro lado a nacionalização era o caminho mais correcto para 17,9% dos inquiridos. Da amostra, 21,8% consideravam que nenhuma destas opções era viável para resolver os problemas do Banco Espírito Santo e 8,5% disseram não saber ou não querer responder. A solução encontrada para terminar com a crise em torno do Banco Espírito Santo, sobretudo para proteger os depositantes e a sistema bancário nacional, foi em parte ao encontro das expectativas dos portugueses: não houve nacionalização. Por outro lado, o banco não foi vendido ainda, mas é isso que se espera. Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, anunciou que o velho BES seria dividido em duas partes: uma capitalizada com 4,9 mil milhões de euros e expurgada de activos tóxicos que passaria a denominar-se Novo Banco, e outra que, perdendo a licença bancária, ficaria com todos os problemas do BES. O também chamado "banco mau" mantém-se nas mãos dos actuais accionistas do BES e vai para liquidação. Já o Novo Banco irá manter a actividade bancária, com os clientes, funcionários e agências do antigo Banco Espírito Santo e a intenção das autoridades é que seja vendido até final do ano a investidores privados”