Segundo
o Jornal I, “se há coisa em que os portugueses estão de acordo com o
primeiro-ministro é que não tem de ser o Estado a resolver os problemas
financeiros do Grupo Espírito Santo (GES). A sondagem i/Pitagórica realizada
dias antes de ser conhecida a solução para o futuro do BES conclui que 63,7%
aprovam a posição de Passos Coelho quanto à crise no GES: 34,3%
"concordaram totalmente" e 29,4% disseram "concordar". Entre
os inquiridos, 20,2% discordaram de Passos, considerando que o Estado não
deveria ser alheio à resolução dos problemas do grupo e 9,9% disseram não ter opinião
formada sobre o assunto.Na passada semana, quando o trabalho de campo desta
sondagem foi realizado, ainda não estava definido ao certo o futuro do BES, mas
o primeiro-ministro e a ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, já
haviam defendido que não passaria por uma nacionalização - afastando um cenário
idêntico ao que aconteceu com o BPN. Nessa altura, os inquiridos disseram estar
também de acordo com o governo nesta matéria: 59,1% disseram ser contra a
nacionalização do Banco Espírito Santo. E só 19% se mostraram a favor desta
solução. Os dados mostram ainda que 21,9% disseram não querer ou não saber responder.
ANTECIPAÇÃO
DE UMA SOLUÇÃO
Mas
então o que defendiam os portugueses para o BES antes da solução apresentada no
passado domingo pelo governador do Banco de Portugal? A venda a um grupo
internacional era a solução defendida por mais de metade dos portugueses
(51,8%). Por outro lado a nacionalização era o caminho mais correcto para 17,9%
dos inquiridos. Da amostra, 21,8% consideravam que nenhuma destas opções era
viável para resolver os problemas do Banco Espírito Santo e 8,5% disseram não
saber ou não querer responder. A solução encontrada para terminar com a crise
em torno do Banco Espírito Santo, sobretudo para proteger os depositantes e a
sistema bancário nacional, foi em parte ao encontro das expectativas dos
portugueses: não houve nacionalização. Por outro lado, o banco não foi vendido
ainda, mas é isso que se espera. Carlos Costa, governador do Banco de Portugal,
anunciou que o velho BES seria dividido em duas partes: uma capitalizada com
4,9 mil milhões de euros e expurgada de activos tóxicos que passaria a
denominar-se Novo Banco, e outra que, perdendo a licença bancária, ficaria com
todos os problemas do BES. O também chamado "banco mau" mantém-se nas
mãos dos actuais accionistas do BES e vai para liquidação. Já o Novo Banco irá
manter a actividade bancária, com os clientes, funcionários e agências do
antigo Banco Espírito Santo e a intenção das autoridades é que seja vendido até
final do ano a investidores privados”