Segundo militante do
PSD da Madeira com mais de 40 anos de filiação, não admito que os meus dados
pessoais constantes da ficha individual na posse do partido sejam entregues a
candidatos à liderança do partido, pelos ricos que existem de serem
eventualmente acedidos por indivíduos contratados e outros tipos que nada têm a
ver com o PSD mas que foram arrebanhados para integrarem pretensos grupos de
apoio a candidaturas muitas das quais todos sabemos nunca terão qualquer
sucesso, correndo o risco dos mesmos (dados pessoais) serem depois utilizados para
outros fins e sabe-se lá para que mais. Estas disputas pela liderança de um
partido, por muito estranhas que sejam, por muito radicalizadas que pareçam
estar, por muito que se transformem em arenas da patetice, não podem tolerar
que dados pessoais - facultados pelos militantes de um partido no momento da
sua filiação, no quadro de uma relação de confiança que obviamente não existe
quando tais dados saltam ao desbarato de grupo em grupo, entre pessoas que
ninguém conhece – se transformem em instrumentos de disputa pessoal ou política.
Eu não admito que dados
pessoais que foram entregues ao partido para que, no quadro da minha militância
seja convocado ou informado institucionalmente, sejam entregues seja a quem
for, sem minha autorização, muito menos facultados a indivíduos que nem
militantes do PSD da Madeira são, que terão deste modo acesso a elementos que
considero não devem andar na praça pública. Estamos a falar de dados pessoais, de
endereços de correio eletrónico, telefones pessoais, números de contas
bancárias para efeitos de cobrança de quotas, etc. Não autorizo ninguém no PSD
da Madeira a ceder os meus dados pessoais seja a quem for, muito menos para
receber, no telemóvel ou no correio eletrónico, informações, mensagens,
comunicados, ataques pessoais entre candidatos, etc, que não quero receber. Se
o quiserem fazer que o façam pelo meu endereço de correio.
É por isso que
entendo que neste tipo de disputa eleitoral deve haver uma Comissão Eleitoral –
processo que é normal em qualquer partido envolvido numa disputa eleitoral
interna tão alargada como é o caso – para garantir que todas as informações dos
candidatos sejam disponibilizadas pelo partido através dos recursos que tem ao
seu dispor em moldes a serem definidos por essa Comissão Eleitoral já que uma
disputa eleitoral não é nem uma peixeirada
permanente nem tem que ser um palco de porrada e de ataques pessoais (para isso
os candidatos que usem os instrumentos nas redes sociais que cada candidatura já
tem ao seu dispor). Caso contrário, por muito respeito que me mereçam as
pessoas, haverá sempre a suspeição sobre a isenção necessária, que vai crescer à
medida que o ato eleitoral se aproxima e, pior do que isso, correndo-se o risco
de termos um processo eleitoral marcado por dúvidas permanentes e por ações de
contestação, incluindo posteriores recurso aos tribunais, algo pouco abonatório
na vida de um partido. Meditem sobre isto.