quarta-feira, agosto 27, 2014

23 expressões que só vais ouvir na Madeira

Um pau pelo olho dentro
Nós sabemos que isto parece algo doloroso, mas não o é. Trocando esta expressão por miúdos, significa ver algo raro ou surpreendente. Não sabemos o porquê desta expressão, nem como alguém se lembrou da mesma para representar uma surpresa, mas só esperamos que ninguém se tenha magoado nesse processo.
Vaginha
Seu maroto, volta lá a ler. A vaginha é outra das expressões madeirenses mais comentadas pelo país pelas razões óbvias, uma vez que a sua fonética faz lembrar a fonética da colma (sim, colma é vagina). Nós sabemos que em algumas aldeias também se utiliza esta expressão, mas esta é empregue por todos os madeirenses para dizer feijão verde.
Altear a Joeira
Bem, é hora de testar os teus conhecimentos de madeirense, tendo em conta o que te ensinamos ao longo do texto. Lembras-te do significado de joeira? Exato, é um papagaio de papel. Caso isto fosse um raciocínio lógico, altear a joeira seria, literalmente, elevar o papagaio de papel. No entanto, esta expressão demonstra a elevação de outra coisa… Isso mesmo, estamos a falar de masturbação masculina.
Zangalha
As últimas letras do alfabeto madeirense são guardadas para peixes e, depois dos xixarros, temos as zangalhas que são peixe gata, um peixe bastante utilizado na região. Sai um prato de xixarros e zangalha acompanhado de semilha e vaginha?
Resondar
Neste momento, é isso que tu estás a fazer. Estás a resondar-nos por não estares a conseguir adivinhar o significado da maioria das expressões que aqui colocamos. E agora ainda está a resondar ainda mais por não entenderes o que é que te estamos a acusar de fazer. Isso mesmo, resondar significa refilar e não tens de ficar assim, já estamos a chegar ao fim.
Semilha
É, provavelmente, uma das palavras mais míticas do léxico madeirense. Aliás, é a palavra mais conhecida fora do arquipélago e não é por significar algo especial, mas sim por ser um nome engraçado para denominar uma batata. Mas não, os madeirenses não comem semilha frita, nem semilha assada! Nesses casos, a semilha já passa a batata.
Trancas
Casa roubada, trancas à porta? Na Madeira as trancas não servem para isso, servem para prender a roupa ao estendal. Isso mesmo, estamos a falar de molas da roupa que, no fim de contas, servem para “trancar” a roupa no estendal e impedi-la de fugir.
O  relógio da Sé é que se repete
Todos nós já nos deparamos com situações em que por mais que disséssemos alguma coisa, o outro não nos entendia e tivemos que repetir vezes sem conta a mesma frase. No entanto, nem toda a gente tem paciência para isso e esta expressão está sempre na ponta da língua de muitos madeirenses.
Pastilhas
Uma pastilha não é um gâmesse. Aliás, uma pastilha não é nada que se enquadre na categoria dos doces e guloseimas. Se tu estás doente, tomas comprimidos até ficares bem. Na Madeira, os comprimidos são chamados de pastilhas e, sejamos sinceros, a ideia de ter de tomar uma pastilha é mais agradável do que ter de engolir um comprimido, embora sejam exatamente a mesma coisa.
Chorrica
“Não comas tantos gâmesses e guloseimas senão vai-te dar a chorrica!”. Impressionante como uma frase como esta não é algo comum no quotidiano dos portugueses. Ou melhor, ainda bem que não o é, porque seria sinal de que andávamos todos com diarreia. No entanto, a versão madeirense consegue fazer este problema intestinal parecer um problema ainda pior do que já é.
Lambeca
Também ouviste esta na Casa dos Segredos? Incrível como ainda te lembras disso passados tantos anos. Uma lambeca é um gelado de máquina, especialmente na ilha do Porto Santo, onde comer uma lambeca é um ritual diário para todos os turistas que lá vão.
Macacos
Em bom português, um macaco é um símio, um primata, um macaco. Mas em bom madeirense, além de um animal, as letras feias e incompreensíveis são chamadas de macacos. Isso mesmo, a letra do seu médico é um monte de macacos.
Não é filha/o da minha mãe
Nem é difícil entender esta expressão. É usada como resposta a uma pergunta como “Sabes quem é o responsável por vender as lambecas?”, sendo uma forma de embelezar a frase “Não sou eu”.
Gâmesse
Sim, nós sabemos que tu sabes o que é que esta palavra significa. Viste na Casa dos Segredos, não foi? Caso faças parte da percentagem de pessoas que jura a pés juntos que não vê esse programa, um gâmesse é uma pastilha elástica. Não faz sentido? Claro que faz e é um claro exemplo da influência britânica na região.
Horário
Não, não nos referimos ao teu horário escolar, horário de trabalho, horário seja lá do que for. Referimo-nos a autocarros! Sim, os autocarros são conhecidos por horários pelo facto da principal empresa de transportes públicos se chamar Horários do Funchal e aconteceu o mesmo que com a marca Tupperware: a marca deu nome ao produto.
Joeira
Não, uma joeira na Madeira não serve para separar o trigo do joio. Aliás, na Madeira as joeiras voam com o vento. Não, uma joeira não é um pássaro mas tem o nome de um. E não, uma joeira não é um ser vivo, é feito de papel. Já sabes o que é? Isso mesmo, um papagaio de papel.
Dar uma carreira
Estás quase a perder o autocarro? Tens de dar uma carreira a ver se ainda o apanhas! Tocaste à campainha do teu vizinho e não queres ser apanhado? É melhor começares a dar uma carreira! Isso mesmo, dar uma carreira significa correr. Já estás a apanhar o jeito, vês?
Embolajado
Nunca vos aconteceu chegarem à hora do lanche na escola e terem o vosso Bollycao todo embolajado? Nós sabemos, é das piores coisas que te podiam acontecer e era suficiente para perderes a vontade de o comer. No entanto, há coisas piores que comer um Bollycao amolgado, não há?
Furado
Não, não temos nenhum pneu furado. Aliás, um furado é algo muito maior do que um pequeno furo num pneu! Algo tão grande que pode chegar a ter quilómetros de extensão! Ainda não sabes o que é um furado? É um túnel! Furado do Marquês, Furado Ferroviário da Lapa, esperamos que a mudança de nomes esteja para breve!
Arcas
Não, não vale a pena ires até à tua arrecadação para provares que sabes o que é uma arca. Nem mesmo a tua arca frigorífica te vai livrar deste enigma! Em bom madeirense, as arcas são as tuas costas. “Ai que não me aguento das arcas!” significa que tens dores nas costas, percebeste?
Babado
“Ah, esta é fácil, é alguém que se baba, aqui também se diz isso.”. Não podias estar mais errado e é para isso que nós estamos aqui. Um babado é uma pessoa tola, simples. “O António ontem disse que o Funchal é uma ilha da Madeira”, o António é um babado.
Cagar de saco
Ai acertaste as duas expressões anteriores? Não penses que isso é uma razão para andares por aí a cagar de saco! Isso mesmo, cagar de saco é armar-se em alguém importante ou fazer-se entendido de alguma coisa que não percebe" (fonte: texto de Luis Pinto, em culturax.org, com a devida vénia)