Li
no Jornal I que "se as eleições legislativas acontecessem agora PS e PSD
estariam numa situação próxima do empate, ainda que os socialistas levassem uma
pequena vantagem. Desde que entrou em disputa interna, em Maio, o PS não pára
de cair nas intenções de voto. De acordo com o barómetro i /Pitagórica deste
mês, apesar de os ânimos estarem mais calmos no Largo do Rato, o pico de 38,7%
de votos registado em Abril continua a ser uma miragem para os socialistas: em
Julho as intenções de voto fixavam-se nos 30%, apenas 1,9% à frente do PSD. A
perda de votos do PS foi, ainda assim, menos expressiva entre Junho e Julho,
período em que se registou um decréscimo de 0,6% nas intenções de voto. No
barómetro anterior os socialistas tinham registado uma queda de quase nove
pontos. Com o PSD estagnado na casa dos 28%, a CDU e o Bloco de Esquerda a
perder votos face aos resultados de Maio e o CDS com uma ligeira subida, as
intenções de voto dos portugueses deslocam-se para outros partidos, votos
brancos e nulos - que, somados, alcançaram os 14,6% em Julho. Nas europeias os
votos brancos e nulos alcançaram uns expressivos 7,4%. Num barómetro em que
toda a esquerda desce, a CDU, que verificou uma marcada subida nos votos entre
Abril e Maio - mais de 4% -, foi a força política que mais caiu nos últimos
dois meses: está agora com 12,7%. Já o Bloco de Esquerda mantém uma prolongada
tendência descendente. As divergências internas e a saída de alguns elementos -
em Julho a ex-deputada Ana Drago deixou o partido, na sequência da saída da
Fórum Manifesto, uma das correntes fundadoras do BE (herdeira da Política XXI
de Miguel Portas) - estará a afectar a confiança dos portugueses. Só no último
ano, o partido caiu da casa dos 8% nas intenções de voto para os 4,2% que
regista neste barómetro. O parceiro de coligação do PSD é que tem aproveitado
estas quebras para crescer nas intenções de voto. Mas trata-se de uma subida
com pouca expressão. O partido liderado por Paulo Portas subiu três décimas
entre Maio e Julho, após ter estado dois meses em queda acentuada - os
centristas desceram mais de 2% nas intenções durante esse período. De acordo
com a sondagem i/Pitagórica, Marinho e Pinto registou uma ligeira queda de 0,2%
entre Maio e Julho, fixando-se nos 3,5%. Ou seja, com menos 0,7% que BE.
Marinho e Pinto, actual eurodeputado eleito pelo Partido da Terra, anunciou já
que vai concorrer às próximas eleições legislativas por entender que o
Parlamento Europeu tem "pouco poder".
ACTUAÇÃO
DO GOVERNO
A
avaliação dos portugueses ao desempenho do executivo de Passos Coelho não sofre
grandes alterações desde o início do ano, mantendo-se sempre próxima dos 7
valores numa escala de 0 a 20. De acordo com esta sondagem, em Julho os
portugueses avaliaram a actuação do governo com 6,7 valores. O pico mais alto
do último ano aconteceu em Dezembro do ano passado, em que o governo foi
classificado com 8. A sondagem revela ainda que mais de metade dos inquiridos
(54%) atribuiu uma classificação entre 0 e 8 ao governo de coligação PSD/CDS,
mais 3,2 % que os registados em Maio. Para 34,7% dos portugueses, o desempenho
do executivo tem uma avaliação entre 8 e 14 valores. Nesta faixa regista-se um
decréscimo de 3,6% dos portugueses face ao apurado no mês de Maio. A fatia mais
pequena de portugueses é a que dá uma avaliação muito positiva ao trabalho da
equipa liderada por Pedro Passos Coelho. Da amostra, 11,3% deu uma avaliação
que varia entre 14 e 20. Ainda assim, foi uma percentagem superior à de Maio,
mês em que se apenas 10,9% dos inquiridos atribuíram estes valores à actuação
do governo"